- Valdir Pinheiro, o catador de milho
(Capítulo do livro 'O Jornal do Bispo - A história da Folha do Norte do Paraná', escrito em 2001 por Antonio Roberto de Paula)
Um dos repórteres mais queridos e lembrados da Folha do Norte é Valdir Pinheiro, que morreu em dezembro de 2000, em decorrência de problemas respiratórios, aos 52 anos.
Valdir passou a ser uma referência quando se fala de paixão pelo jornalismo. Ele conquistou seu espaço às custas de muita força de vontade. Quando a Folha iniciou as atividades, era um dos garotos entregadores de jornal.
Depois, passou a mancheteiro. Não o mancheteiro de hoje, que fica digitando títulos até encontrar o que se encaixe nas colunas. Era auxiliar de linotipista. O trabalho de Valdir era colocar os tipos, ou seja, as letras, para compor na caixa que posteriormente ia para a impressão.
Como este trabalho artesanal era feito depois que a redação estava fechada, o editor de esportes, Borba Filho, pedia a Valdir que gravasse os jogos de futebol da noite, principalmente os do Campeonato Paulista.
Borba deixava lacunas na página para que fossem colocados os resultados e outros detalhes das partidas. Valdir gravava tudo e depois sentava em frente a uma Remington e, “catando milho”, datilografava as fichas técnicas.
Depois que Borba Filho saiu da Folha, em meados da década de 1960, o corintiano Valdir assumiu a editoria de esportes e ensinou muitos profissionais. Wilson Serra, por exemplo, o trata de professor. Antonio Augusto de Assis o define como uma das pessoas mais queridas da redação da Folha do Norte.
Durante toda a sua vida, Valdir Pinheiro foi ligado à imprensa. Depois da Folha, trabalhou no O Jornal de Maringá, O Diário, rádios Cultura, Difusora e Atalaia e Jornal do Povo.
De todos os jornalistas esportivos de Maringá, Valdir era um dos maiores conhecedores da história do Galo do Norte, como é conhecido o Grêmio Maringá. Ele esteve reportando praticamente todas as conquistas do Grêmio Esportivo, Grêmio de Esportes e outros grêmios que vieram a seguir.
Em 30 de setembro de 1990, sofreu um grave acidente de carro quando retornava de Anápolis (GO) com a equipe da Rádio Atalaia. Ele estava em companhia do narrador Denival Pinto e do comentarista e empresário Edson Campos.
Valdir era o repórter da equipe que havia ido a Anápolis fazer a cobertura do jogo entre Anapolina e Grêmio válido pelo Campeonato Brasileiro. No acidente, quebrou a perna esquerda. Submeteu-se a várias cirurgias, mas nunca mais andou normalmente. Denival quebrou algumas costelas e Edson teve escoriações.
Até pouco antes de morrer, em dezembro de 2000, o paulista de Álvares Machado, que chegou ainda menino a Maringá, escrevia a sua coluna De olho em tudo no O Jornal do Povo. Ainda “catando milho” com os dois dedos indicadores.
Em 2002, a administração do Partido dos Trabalhadores, que tinha como prefeito José Cláudio Pereira Neto, deu ao ginásio de esportes da Vila Olímpica, o nome de Valdir Pinheiro.
A sugestão partiu do professor e historiador Reginaldo Benedito Dias, que era o chefe de gabinete; sugestão acatada pelo prefeito e pelo então secretário municipal de Esportes Mário Verri.
O então vice-prefeito João Ivo Caleffi, que viria a ocupar a chefia do Executivo maringaense, foi quem assinou o decreto oficializando o nome 'Valdir Pinheiro' àquela praça esportiva.
Verri, que é vereador, diz que a escolha do nome de Valdir Pinheiro para o ginásio é uma justa homenagem da cidade a um profissional que teve sua vida intimamente ligada ao esporte de Maringá:
“Valdir Pinheiro foi um pioneiro da imprensa maringaense, amigo de todos. Além do futebol profissional da cidade, em que era um dos maiores conhecedores e um apaixonado torcedor, divulgou o esporte amador de Maringá tanto na sua coluna em todos os jornais em que trabalhou como nas emissoras de rádio.”
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Nosso amigo do Museu Esportivo, Mauricio Azanha, envia a foto em que ele foi o segundo colocado na Corrida da Independência, em Paranaguá-PR, dia 7 de setembro de 2013. Mauricio comenta sobre a foto: "Já dizia Nelson Piquet, o segundo é o primeiro dos derrotados. Pois é."
Jogos Abertos do Paraná, Pato Branco, 1989. Equipe de vôlei de Maringá, campeã. Em pé. Dema, Nuti, Kiko,Márcio, Adriano Max e Ralph.
Sentados Grilo, Ronaldo, Maguzinho, Badan e Alessandro.
Os amigos jornalistas Giovanni Meireles, Lucas Januário e Vitor Marques estiveram no Museu Esportivo de Maringá. Eles estão produzindo uma série documental sobre o Maringá Futebol Clube com recorte do Campeonato Paranaense de 2014. O diretor do MEM, Antonio Roberto de Paula, foium dos entrevistados. Boa sorte, rapazes!
O Museu Esportivo de Maringá tem agora no seu acervo uma camisa oficial da Sociedade Esportiva do Gama, clube fundado em 15 de novembro de 1975, da cidade de Gama, no Distrito Federal. Com autógrafos de jogadores, campeões brasilienses de 2019, a peça foi doada pelo amigo do MEM, Amarildo Fernandes, delegado da Polícia Civil de Brasília e que já residiu em Maringá.
Ele esteve no centro de treinamento do clube no dia 21 de dezem
“Quilômetros de papel e rios de tinta imprimem o futebol ao longo dos anos, atravessando gerações. Na era digital, as Imagens avançam pelos céus, rompem todas as fronteiras. As vozes do amor ao futebol ecoam pelo grande campo que é o mundo. Agora, em algum lugar, alguém chuta uma bola. A paixão mais documentada da história não para. O jogo nunca termina.”
(Antonio Roberto de Paula)
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