Na Rua do Rosário, em Ponte Nova de Minas, acabara de nascer uma criança. Menino ou menina? Professor. De quê? De tudo. Um nome chique lhe deram: José Hiran Salée.
No Departamento de Letras da UEM, onde fomos colegas durante uns bons anos, minha mesa ficava ao lado da dele na sala dos professores. Ali, de papo em papo, em meio a intermináveis discussões sobre sinédoques e anaptixes, acabei conhecendo tintim por tintim sua movimentada biografia. Um dos personagens mais queridos da história de Maringá.
O menino foi crescendo, concluiu o grupo escolar na terra natal, fez o ginásio em Lorena, até que de repente um estalo lhe disse que sua vocação era para o sacerdócio. No seminário salesiano (não me lembro se em São João Del Rei ou Cachoeira do Campo), fez o clássico, depois Filosofia e Pedagogia. Um currículo da pesada: português, francês, inglês, espanhol, grego, latim, além de várias outras disciplinas – e os padres professores não davam moleza. Mas havia tempo também para curtir música e praticar esportes. E foi pelo seu amor à música que o garoto de Ponte Nova tornou-se logo uma grande atração, tocando flauta, saxofone e clarinete nos eventos festivos do seminário. Chegou a tocar harmônio em missas solenes.
Já na Teologia, próximo da ordenação, deu-se, porém, um fato que o obrigou a mudar os planos. Seu pai morreu e ele precisou deixar o seminário para ajudar no sustento da família. Nesse período deu aulas em vários colégios no Rio, Niterói e em outros lugares. Em Goiânia, fez concurso num colégio para ser professor de latim. Foi aprovado com louvor, porém ao se apresentar ficou sabendo que de início teria que dar aulas de desenho e trabalhos manuais. O jeito foi aceitar, mas acabou fazendo sucesso mesmo foi como instrutor da fanfarra.
Numa das férias de verão passou um mês no Rio de Janeiro. Por força do seu ideal, deu aulas de catecismo numa favela. Para ganhar uma graninha, fez bicos desenhando cenários em teatros de revista e trabalhando como ajudante na pintura de carros alegóricos para o carnaval. Foi nessa ocasião que ouviu falar de Maringá. Decidiu arriscar. Valeu o risco. Veio, ficou.
Era o ano de 1955. Com pouco dinheiro, antes de vir comprou uma rede para o caso de não poder pagar hotel. Chegando, preferiu ficar no hotel mesmo e vendeu a rede para pagar as diárias. Por indicação de um dos hóspedes, passou a fazer refeições na Cantina do Zitão, onde o conheci.
Daí para a frente todo maringaense conhece a bela história do inesquecível mestre José Hiran Sallée. Pillotando seu famoso DKV-Vemag, lecionou português e latim em quase todos os colégios da cidade, foi diretor do Gastão, secretário municipal da Educação, organizador e regente de fanfarras, músico de banda e orquestra, desenhista e pintor nas horas vagas. Aposentou-se aos 70 anos, como professor da UEM. Mora no céu desde 2009. Aqui deixou saudade à beça.
(Agosto de 2020)
Vindos do interior paulista, os irmãos Carniel eram donos de 40 alqueires em Maringá, numa faixa de terra que incluía o Jardim Industrial, o Parque Itaipu até o Contorno Sul. Antonio chegou primeiro, em 1944, viu as terras, gostou, alugou uma casinha e chamou os irmãos. Adquiriram as propriedades junto à Cia Melhoramentos Norte do Paraná.
José, um dos irmãos, sitiante em Presidente Bernarde
Guga é como aquelas pessoas que parece fazer um tempão que a gente conhece, daquelas que não pedem licença e vão entrando. Por onde vai, Guga carrega a humildade, que aflora em todos os momentos. Ou melhor, não precisa aflorar, já está presente nas suas palavras, no seu sorriso, no seu jeito de ser. Ele é daqueles meninos que a gente fica torcendo para dar certo na vida, que adotamos sem nenhuma razão aparente, que pedimos
O futebol romântico morreu bem antes de Pucca. Como ele sabia que as tardes de domingo não seriam memoráveis como aquelas das décadas de 60 e 70 e início dos anos 80, ele foi fazer outras coisas menos tensas e apaixonantes. Tornou-se apresentador de tevê num programa bem diferente das suas transmissões de futebol pela rádio Difusora.
Ali, empunhando a latinha, soltando sua personalíssima e vibrante
Maringá das casas de madeira, com suas singelas varandas; suas cercas de balaústres separando terrenos e unindo vizinhos; longas conversas ao luar; habitantes iluminados e felizes, cúmplices de um tempo e de um lugar.
Maringá da poeira e do barro, das ruas de lâmpadas amarelas, de seus lentos veículos, geradores, limpa-pés, fogões de lenha, pomares e galinhas no terreiro. Maringá
“Quilômetros de papel e rios de tinta imprimem o futebol ao longo dos anos, atravessando gerações. Na era digital, as Imagens avançam pelos céus, rompem todas as fronteiras. As vozes do amor ao futebol ecoam pelo grande campo que é o mundo. Agora, em algum lugar, alguém chuta uma bola. A paixão mais documentada da história não para. O jogo nunca termina.”
(Antonio Roberto de Paula)
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