Meados da década de 1960. Chico ia passando de jipe, brecou, abriu a porta, mandou-me entrar: “Vamos até Marialva?”. Não perguntei para quê. Fui. Chegamos a uma torre que ele erguera no ponto mais alto da vizinha cidade. “Sobe?” Subimos. Uma vista fascinante. Diante de nós aquele verde e vasto planalto onde Maringá se destacava como futura metrópole. Chico, um idealista. Um sonhador contagiante.
Seu propósito era a partir dali retransmitir sinais de tevê para a região. Por um aparelhinho portátil ele me mostrou que poderia jogar som e imagem nas casas da população pioneira. Como de fato se deu. Captou, ainda em preto e branco, a TV Coroados de Londrina e garantiu que logo nos traria também sinais de emissoras paulistas. Em pouco tempo o sonho virou realidade. Veio em seguida a TV Tibagi de Apucarana, depois a TV Cultura de Maringá. Mas a história há de sempre se lembrar de que tudo isso começou graças à ousadia e à competência de um gênio chamado Chico.
Francisco Dias Rocamora, nascido em Mococa-SP, cresceu em São José do Rio Pardo. Concluiu o ginásio e ao mesmo tempo um curso de eletrônica por correspondência. Em 1941, com 16 anos, já se sentindo preparado para enfrentar a vida, mudou para São Paulo. Conseguiu logo emprego numa firma importante, especializada em eletrotécnica. Em 1943, com a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, essa empresa passou a funcionar a serviço das Forças Armadas. Chico foi escalado para trabalhar na fabricação de transmissores. Anonimamente, ganhou status de herói.
Declarada a paz no mundo, Chico Rocamora voltou para Rio Pardo, montou uma oficina e fez-se rádio-amador PY2-AEV. Nesse meio tempo ouviu falar das novas cidades que estavam sendo abertas no norte-noroeste do Paraná e que ofereciam ótimas oportunidades aos profissionais que tivessem qualquer especialidade técnica. Decidiu: “Vou montar uma estação de rádio nessa tal de Maringá”.
Veio para cá em 1950. Maringá estava começando. O jovem Rocamora chegou com a mala cheia de ferramentas e a cabeça cheia de sonhos. De imediato requereu licença para instalar sua emissora de rádio. Aconteceu, porém, que a concessão já havia sido liberada para outro arrojado sonhador, Samuel Silveira. Foi um baque, todavia ele não perdeu o pique. De uma forma ou de outra o projeto seguiria adiante. Os dois logo se conheceram, tornaram-se amigos, juntaram forças.
No dia 15 de junho de 1951, a voz bonita do grande Chico solenemente anunciava: “Senhoras e senhores, esta é a ZYS-23, Rádio Cultura de Maringá, inaugurando as suas atividades”.
Rocamora era o diretor técnico, locutor comercial, locutor esportivo e tudo o mais que fosse necessário. Aos dois fundadores somaram-se mais tarde Joaquim Dutra, Carlos Piovezan e Reginaldo Nunes Ferreira. A Rádio Cultura se expandiu, multiplicou-se, virou Rede Paranaense de Rádio.
Francisco Dias Rocamora morreu em Campinas em 2018, aos 93 anos.
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(Crônica publicada no Jornal do Povo – Maringá – 16-7-2020)
(Antonio Roberto de Paula - Livro: Diário dos meus domingos, 2011)
O espaço de hoje é dedicado ao amigo que liga a qualquer hora querendo saber como vai a sua vida ou para contar um fato que aconteceu agora há pouco ou há 20 anos, ao que manda e-mails de piada com graça ou sem graça, uma corrente de oração ou fotos mostrando as maravilhas arquitetônicas dos países do leste euro
Verdelírio Barbosa começou a escrever em 1959 num jornal chamado O Diário de Maringá, de propriedade de João Antonio Corrêa Júnior, o Zitão, jornalista e escritor já falecido. O jornal, homônimo daquele que viria a ser lançado em 1974, era diário só no nome. Em dificuldades financeiras, circulava uma vez por semana, às vezes nem isso.
A entrada no jornalismo aconteceu depois que Verd
“Miramos tanto no estilo de vida americano que deveríamos copiar o carinho e o respeito que eles têm por seus ídolos”
O basquete brasileiro comemorou, no último sábado, dez anos de uma de suas maiores conquistas: a medalha de ouro no Pan-Americano de Indianápolis. O feito se tornou ainda mais grandioso porque o adversário da final eram os Estados Unidos, que nunca haviam perdido em casa em toda a histó
O futebol romântico morreu bem antes de Pucca. Como ele sabia que as tardes de domingo não seriam memoráveis como aquelas das décadas de 60 e 70 e início dos anos 80, ele foi fazer outras coisas menos tensas e apaixonantes. Tornou-se apresentador de tevê num programa bem diferente das suas transmissões de futebol pela rádio Difusora.
Ali, empunhando a latinha, soltando sua personalíssima e vibrante
“Quilômetros de papel e rios de tinta imprimem o futebol ao longo dos anos, atravessando gerações. Na era digital, as Imagens avançam pelos céus, rompem todas as fronteiras. As vozes do amor ao futebol ecoam pelo grande campo que é o mundo. Agora, em algum lugar, alguém chuta uma bola. A paixão mais documentada da história não para. O jogo nunca termina.”
(Antonio Roberto de Paula)
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