Venho folheando jornais antigos nas últimas semanas. Jornais de 30, 40, 50 anos atrás. Um passeio pela linha do tempo, um retorno para um mundo tão longínquo e tão presente. Cada folheada, uma história. Fico imaginando onde eu estava e o que estava fazendo no ano em que determinada edição foi publicada. E fico analisando os textos, os termos utilizados, as abordagens cerimoniosas e até ufanistas, os títulos, as propagandas, as legendas das fotos.
As fotos das pessoas é que me chamam mais a atenção. Peguei a mania de somar a idade que presumo que a pessoa tinha na época e calculo quantos anos teria hoje. Gente feliz e sorridente nas colunas sociais, gente de cara sisuda nas reportagens sobre política, administração pública, polícia, inclusive esporte.
O jornal era tratado como documento. Presumo que aquelas pessoas tinham a exata noção da importância de ter seu nome, foto e pensamento expostos numa edição que ia ficar para a história. Era um registro. Ao serem parte daquele jornal, naquele dia, elas sabiam que também passariam a ser história.
Com a sua inexorabilidade, o tempo fez com que muitos daqueles morressem de velhos. O destino, ou qualquer outra insondável razão, fez com que outros partissem tão cedo. Os que ficaram vão instalando rugas na face, branco nos cabelos, cansaço nas pernas, tremor nas mãos e hiatos na memória. Vão sendo naturalmente substituídos, abrindo passagem.
Vêm novas edições, novos personagens e novos temas. Poder e influência trocam de mãos. Um sobe-e-desce, um some-e-aparece, um vai-e-vem, até que o ciclo é encerrado, outro começa, e o jornal vai sempre mostrando. Para perceber nitidamente essas alternâncias, só fazendo com paciência o exercício de folhear o tempo, tombando páginas da direita para a esquerda.
A transitoriedade do poder é um aspecto interessante de ser analisado, nos amarelados papéis. Qualquer que seja o poder. Do mando mais restrito até o mais abrangente. Qualquer que seja o ocupante.
Os líderes de uma época, por mais que se esforcem para perenizar seus nomes por meio de seus atos e palavras, passam. Quando muito, eles se tornam nome de rua, de praça ou de prédio. Acabam indo para os jornais e livros da história, e de lá só saem quando alguém os insere em uma publicação qualquer. Há ainda os que entram na história pelas portas dos fundos, sendo marcados com a tinta irremovível da desonra. Brilhantes ou opacos, humildes ou vaidosos, probos ou desprezíveis, eles passam.
Fico imaginando o que aquele pessoal de 2060 vai dizer da gente. Não quero nem estar aqui para ver.
(Do livro de Antonio Roberto de Paula ´- “Diário dos Meus Domingos”, 2011 – textos publicados no jornal O Diário do Norte do Paraná de 2006 a 2009)
Nesta época, estava indo quase que diariamente ao O Diário fazer pesquisas para o livro sobre o jornal que Rogério Recco e eu publicaríamos no dia 29 de junho daquele ano. De tanto ver reportagens e fotos antigas, surgiu este texto. O que mais me chamou a atenção foi a transitoriedade do poder. Tantas pessoas, consideradas importantes, nas décadas de 70, 80 e 90, e hoje muita gente nem sabe que elas existiram...
Félix Miéle Venerando – (texto de Antonio Roberto de Paula)
O goleiro Félix não era alto, o que dificultava suas saídas de gol. Aliás, este fundamento colocava os goleiros brasileiros em nível inferior aos demais. Havia uma teoria, praticamente um conceito, de que os argentinos eram infinitamente superiores aos do Brasil nesta posição. E não sem razão. A escola argentina produziu &oac
Em quase todas as tardes de domingo, entre 1967 e 1970, os garotos Serrinha e Perereca atravessavam a cidade de bicicleta para cobrir os jogos do Campeonato Amador da Liga Desportiva de Maringá.
Eram dois, até três jogos no mesmo horário no “Brinco da Vila”, na Operária, na “Telefônica”, na Vila Nova, no “Américo Dias”, o campo do SERM no Maringá Velho ou no Mandacaru. Um pedalava e outro
Nosso amigo Anderson Masson, artista gráfico, criou uma peça especialmente para o Museu Esportivo de Maringá do "Setembro Amarelo" - campanha brasileira de prevenção ao suicídio. Ajude-nos a divulgar. Compartilhe com seus amigos.
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“Ficava um monte de moleques parados, olhando um para a cara do outro”
A gente não podia jogar futebol. Ligar rádio nem pensar. Todo mundo tinha que ficar quietinho em sinal de respeito. No dia mais triste do ano, a gente se limitava a ficar sentado na varanda esperando o passar das horas, torcendo para que elas fossem embora rapidamente. Era um tédio, mas fazer o que? Afinal, Cristo tinha sido crucificado, morto e sepulta
“Quilômetros de papel e rios de tinta imprimem o futebol ao longo dos anos, atravessando gerações. Na era digital, as Imagens avançam pelos céus, rompem todas as fronteiras. As vozes do amor ao futebol ecoam pelo grande campo que é o mundo. Agora, em algum lugar, alguém chuta uma bola. A paixão mais documentada da história não para. O jogo nunca termina.”
(Antonio Roberto de Paula)
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