Saído da roça, Gumercindo Carniel nunca tinha visto uma máquina como aquela. Arrumara emprego no novo jornal da cidade como faxineiro. Entre uma varrida e outra ficava observando os técnicos da empresa Tejaner, que tinham vindo do Rio de Janeiro especialmente para colocar em funcionamento a máquina duplex e tubular fabricada nos Estados Unidos. Similar a dos grandes jornais da época, essa era rotativa, ao contrário da plana que existia no O Jornal de Maringá. Na plana, se trabalha com folhas cortadas, os chamados papéis resma. Nesta, eram utilizadas bobinas de até 300 quilos.
O jornal contratou Fioravante Mazão para ser o encarregado das oficinas. O faxineiro Gumercindo, curioso e humilde, ficou amigo dos técnicos cariocas e passou a receber instruções sobre o funcionamento do maquinário. Em pouco tempo, deixou a vassoura e passou a trabalhar com Mazão. Quando Joaquim Dutra assumiu o comando da Folha, em 1964, Mazão foi para Curitiba, onde recebeu uma boa oferta para trabalhar de impressor, abrindo vaga para Gumercindo ser o responsável.
Hoje, as redações têm horário para entregar as matérias. Nos anos de 1960 e 1970 não havia um horário limite. Era comum os repórteres ficarem até às 3 da manhã redigindo sobre um evento que havia acontecido à noite. Ocorria, então, a reação em cadeia: a matéria não saia da redação, paravam a diagramação, a composição, as máquinas e a distribuição.
No início da Folha surgiam ainda outros motivos para o atraso. O principal era a queda de energia, o que era corriqueiro em Maringá naqueles tempos. Gumercindo chegava às 21 horas e seu primeiro serviço era acender a caldeira para derreter o chumbo. Se acontecesse de acabar a energia, que levava até duas horas para voltar, o chumbo esfriava e todo o processo teria que ser refeito. Outro problema era a própria rotativa. Se alguma peça emperrava, era difícil saber qual. Era necessária uma checagem quase completa, trabalho que demandava muito tempo. Aos poucos, Gumercindo se tornou um técnico no assunto a tal ponto que, pelo barulho emitido pela locomotiva, ele já sabia onde era o defeito.
Gumercindo já não se recorda da maior parte dos companheiros com quem trabalhou no setor. Recorda-se, além de Mazão, de Antonio Belincanta, Eufrázio e do linotipista Tupã. Diz que o salário não era dos melhores, mas, ao contrário dos demais colegas, preferiu ser registrado na Folha. Nos anos de 1960, o trabalhador não estava conscientizado como hoje da importância do registro em carteira e nem sobre seus direitos trabalhistas.
Entre os fatos marcantes da sua vida na Folha do Norte, Gumercindo se recorda das férias coletivas devido às dificuldades financeiras, quando o jornal chegou a ficar um mês sem circular, em 1964. “Depois de dois anos que começou, o jornal estava com muita dificuldade. Ai veio o seu Joaquim Dutra, arrendou e então tudo mudou. Eu assumi lá no serviço de chefe de oficinas.”
Quando Dutra deixou a Folha e foi montar o O Diário, Gumerciando seguiu o patrão. “Já fui junto. Eu falei com ele: “Seu Joaquim, se o senhor me der um lugar, eu vou”. Aí ficou todo mundo animado porque o O Diário ia trabalhar com off-set. Aí eu fui fazer estágio em Florianópolis.”
Da Folha para o O Diário e daí somente para a aposentadoria. Gumercindo tem Dutra em alta conta e também Frank Silva, a quem considera um grande amigo. Paulista de 82 anos, natural de Presidente Bernardes, Gumerciando veio para trabalhar na roça e ficou quase 40 anos envolvido com rotativas. A sua curiosidade e perseverança o levaram a ser um profissional dos mais qualificados. Guarda fotos da época como troféus para exibir com orgulho e dizer que também faz parte da história da imprensa de Maringá.
(Capítulo do livro “O Jornal do Bispo - A História da Folha do Norte do Paraná”, escrito por Antonio Roberto de Paula em 2001)
Em 1945, Arlindo e Mário Pedralli compraram uma fazenda de 150 alqueires em Ourizona, depois de venderem uma propriedade de 20 alqueires na cidade paulista de Rancharia. A vinda dos irmãos com suas respectivas famílias a Maringá aconteceu dois anos depois. Em 1947 e 1948, os Pedralli se estabeleceram na cidade até que parte da mata da propriedade fosse derrubada e iniciado o plantio de café.
Na fazenda batizada de S&
O boteco tem fachada simples, paredes descascadas, piso trincado e uma mesa de sinuca no meio. São dois balcões formando um “L”, e atrás deles dois freezers com garrafas até a tampa. Cartazes de mulheres com coxas e barrigas de fora propagandeiam cervejas.
Na estufa sobre um dos balcões, pastéis, coxinhas e quibes, aqueles com ovos cozidos dentro. Na pequena prateleira, litros de vermute, conhaque, vinho,
Jorge Fregadolli, nascido em Quatá, São Paulo, em 2 de março de 1938, filho de José Fregadolli e Palmyra Bóro Fregadolli, chegou a Maringá no dia 1º de fevereiro de 1953, numa época em que já se podia antever o célere desenvolvimento da cidade.
Logo que os Fregadolli chegaram, foram trabalhar numa fazenda onde hoje é o campus da Unicesumar. O menin
O futebol romântico morreu bem antes de Pucca. Como ele sabia que as tardes de domingo não seriam memoráveis como aquelas das décadas de 60 e 70 e início dos anos 80, ele foi fazer outras coisas menos tensas e apaixonantes. Tornou-se apresentador de tevê num programa bem diferente das suas transmissões de futebol pela rádio Difusora.
Ali, empunhando a latinha, soltando sua personalíssima e vibrante
“Quilômetros de papel e rios de tinta imprimem o futebol ao longo dos anos, atravessando gerações. Na era digital, as Imagens avançam pelos céus, rompem todas as fronteiras. As vozes do amor ao futebol ecoam pelo grande campo que é o mundo. Agora, em algum lugar, alguém chuta uma bola. A paixão mais documentada da história não para. O jogo nunca termina.”
(Antonio Roberto de Paula)
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