“Homenageou um santo e para não ficar muito carola tascou um nome pagão na sequência”
Nasci Antonio como poderia ser João ou Pedro. O parto aconteceu entre Santo Antonio e São João, entre fogos de artifício e bandeirinhas coloridas. Feliz de quem nasce em junho. Pega carona nas festas juninas e recebe benção tripla. A benção do triunvirato Antonio, João e Pedro.
Parto normal como eram normais todos os partos daquele tempo e daquele lugar. Parto normal com uma exímia parteira. Aliás, dizem que todas as parteiras daquela época, que não é tão distante assim, eram ótimas. Uma prática que foi banida. Até o parto normal ficou fora de moda. Hoje a mamãe quer um rasgo na barriga para colocar o rebento no mundo.
Nasci Antonio como poderia ser João ou Pedro. Ou João Pedro. Ou Antonio João, ou Antonio Pedro. Vice versa. É por isso que há tantos Antonios, Pedros e Joões. Falta de criatividade dos pais? Nada disso. Nascer em junho é uma dádiva e por isso vamos pedir que Santo Antonio, São João e São Pedro protejam nossas crianças.
Com o tempo a tradição foi morrendo. Os Antonios, Joões e Pedros passaram dos 40. Com a morte desta turma no terceiro milênio vai ser difícil encontrar alguém com um destes nomes. Vai acabar sendo chique achar um cara com o pomposo nome de Antonio João Pedro da Silva. Hoje, os nomes próprios ficaram americanizados. Poucos dos nossos filhos têm nome de santo.
As festas juninas continuam. Não por alguma reverência à tríade santificada. Ninguém se lembra disso. É preciso aproveitar a ocasião para faturar. Não demora e até evangélico vai fazer festa junina. Pipoca, cerveja, salgadinho, bingo, quadrilha. E nenhum cartaz do santo casamenteiro, do apóstolo preferido de Cristo, e de Pedro, o líder, o homem de confiança, o primeiro papa.
A imaginação, a inventividade do brasileiro não tem limites. Com o comércio tão próspero em junho, a festa foi esticada. Temos também as festas julinas. Logo, logo pintam as agostinas e as setembrinas. Os eventos para homenagear Antonio, João e Pedro foram totalmente desvirtuados.
Nasci Antonio como poderia ter nascido Sebastião ou Jacinto. Ou Sebastião Jacinto. E você me pergunta o que tem a ver com esta história o Sebastião ou o Jacinto. E eu lhe respondo que por pouco não recebi estas duas pérolas no meu registro. Lembra-se que os pais costumavam juntar os nomes dos avôs e sem qualquer consentimento registravam o indefeso naquela de fazer dupla média com o pai e o sogro? Segundo me contaram era o que quase aconteceu. Salvo pela providencial interferência da mãe do primogênito que homenageou um santo e para não ficar muito carola tascou um nome pagão na sequência.
Nasci Antonio entre fogueiras de Santo Antonio e São João. Bandeirinhas perfiladas, sanfonas, saias floridas e quentão. Pipocar de rojões e crianças excitadas correndo de um lado para outro. Sem maternidade ou homens e mulheres de branco. Só uma casinha de madeira, uma mulher iniciando na função de mãe e uma exímia parteira. Nasci em junho, quando o céu é mais brilhante.
(Do livro de Antonio Roberto de Paula, “Da Minha Janela”, de 2003. Textos publicados no Jornal do Povo a partir de 1997)
Sempre fui apaixonado por futebol, uma paixão infinitamente maior do que a minha qualidade como jogador amador. Tenho muitas histórias de arquibancada e de sofá que marcaram minha vida de amante da bola. Tenho algumas de campo e de quadra, poucas, mas tenho.Tenho uma de 1971, quando tinha 13 para 14 anos. Guardo esta história com grande carinho porque foi a primeira vez que consegui ser protagonista num jogo (uma das poucas vezes, por sinal).
Vou contar.
“Repórter não é artista nem notícia. Em todo e qualquer acontecimento ele deve se recolher à sua condição de profissional”
Armando Nogueira disse, em entrevista à TV Cultura de São Paulo, que o jornalista é apenas um intermediário entre a notícia e o público, nada mais do que isso. O veterano jornalista, que brinca com as palavras com a maestria própri
Olho para a cara do Seu João, e através dela vejo uma Maringá de 40 anos atrás. Em 1966, já achava Seu João um velho. Hoje, constato que ele não era tão velho assim. Eu é que era muito novo, e qualquer cidadão que usasse calças compridas, camisas de colarinho e botasse um cigarro na boca eu chamava de senhor. Ensinamentos de um pai que não escolhia hora nem local para chamar a atenção do fi
Na Rua do Rosário, em Ponte Nova de Minas, acabara de nascer uma criança. Menino ou menina? Professor. De quê? De tudo. Um nome chique lhe deram: José Hiran Salée.
No Departamento de Letras da UEM, onde fomos colegas durante uns bons anos, minha mesa ficava ao lado da dele na sala dos professores. Ali, de papo em papo, em meio a intermináveis discussões sobre sinédoques e anaptixes, acabei conhecendo tin
“Quilômetros de papel e rios de tinta imprimem o futebol ao longo dos anos, atravessando gerações. Na era digital, as Imagens avançam pelos céus, rompem todas as fronteiras. As vozes do amor ao futebol ecoam pelo grande campo que é o mundo. Agora, em algum lugar, alguém chuta uma bola. A paixão mais documentada da história não para. O jogo nunca termina.”
(Antonio Roberto de Paula)
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