Maringá das casas de madeira, com suas singelas varandas; suas cercas de balaústres separando terrenos e unindo vizinhos; longas conversas ao luar; habitantes iluminados e felizes, cúmplices de um tempo e de um lugar.
Maringá da poeira e do barro, das ruas de lâmpadas amarelas, de seus lentos veículos, geradores, limpa-pés, fogões de lenha, pomares e galinhas no terreiro. Maringá com seus homens de chapéu e suas mulheres de sombrinha ou lenço na cabeça. Aventureiros. Eternos jovens aventureiros ignorando ou rindo do futuro e fincando os pés no presente.
Maringá com suas crianças de pés descalços correndo livres, subindo em árvores. Maringá domingueira, de sapatos engraxados, de missa, batizado e quermesse. Maringá festeira, dançando nos bailes da saudade. Bailarinos da alegria e da esperança deslizando pelo assoalho de um rústico salão ao som de marchinhas e boleros.
Maringá do mato e dos córregos, dos bichos e das aves, da botina e do facão, do arreio e da espora, do machado e da enxada, do martelo e do serrote, dos balcões dos bares e das modas de viola, dos desafios, das dores e das conquistas. Chuvas de manga, arco-íris alvissareiro, sol brilhante, lua cheia e uma canção que virou cidade, cidade que ficou sendo Maringá, a que mais dava o que falar.
E a música foi atravessando o tempo, saindo do lugarejo, das carroças, das jardineiras e entrando no asfalto; saindo das varandas e quintais, subindo em prédios; e deixando a mata, as picadas, entrando nas avenidas. E continua ecoando.
Terra desbravada, traçado definido, expansão. Maringá de 60 janeiros, o avanço do concreto, das cores e dos sons. Construções e reconstruções diárias. Rápidas mutações, inexatos entendimentos.
Gente em movimento, em todas as direções, motores em rotação, néons nas fachadas, o piche, novos muros. Gente que chega, gente que vai, volta ou nunca mais aparece. Gente que fica, eternos jovens de comportadas e calculadas aventuras.
Maringá verde, de encantos e tensões, acelerando, pedindo passagem, resoluta. Maringá polo, de atrações gerais, de faces múltiplas, seguindo independente. Paisagens não tão serenas, a sisudez se acentuando, a terra não tão à mostra, os sentimentos não tão expostos.
Mas, ainda que mude todo dia, ainda que a memória falhe, que os retratos repousem em álbuns esquecidos, sempre alguém vai suplicar para que nunca se esqueça da Maringá do mato e dos córregos, dos bichos e das aves, das modas de viola, dos bailes, dos eternos aventureiros e das crianças de pés descalços correndo pelas ruas empoeiradas, desdenhando do futuro.
(Do livro de Antonio Roberto de Paula ´- “Diário dos Meus Domingos”, 2011 – textos publicados no jornal O Diário do Norte do Paraná de 2006 a 2009)
A edição diária era feita a toque de caixa, mas as que iam sendo guardadas mereciam todo o esmero dos redatores. No dia 29, um sábado, O Diário veio com a manchete “Brasil e Argentina, arte contra garra".
O time do Brasil disputava a Copa do Mundo da Alemanha e no domingo jogaria com a Argentina. A Folha do Norte não circulou naquele sábado. Deixou para domingo o material que havia sido arquivado.
O grande as
Toda vez que passo em frente bate uma forte e bonita saudade. Um bom pedaço da história de Maringá teve o seu epicentro ali. Era a sala vip da cidade, o ponto de encontro das lideranças que na época determinavam rumos.
Lembro-me bem de ter estado lá na fase de acabamento da obra, junto com um grupo de jornalistas. Foi quando conheci o querido pioneiro Joaquim Moleirinho, com quem anos após tive longa conviv&ec
Alcides Siqueira Gomes fala sobre todos os assuntos relacionados a Maringá com veemência e autoridade de quem nasceu na cidade no dia 1º de janeiro de 1947. Sobre comércio, religião, futebol, educação, política e administração municipal e seus respectivos personagens e fatos marcantes, inclusive do avião que caiu no centro da cidade em 1957. A memória de Alcides corre para busca
O futebol romântico morreu bem antes de Pucca. Como ele sabia que as tardes de domingo não seriam memoráveis como aquelas das décadas de 60 e 70 e início dos anos 80, ele foi fazer outras coisas menos tensas e apaixonantes. Tornou-se apresentador de tevê num programa bem diferente das suas transmissões de futebol pela rádio Difusora.
Ali, empunhando a latinha, soltando sua personalíssima e vibrante
“Quilômetros de papel e rios de tinta imprimem o futebol ao longo dos anos, atravessando gerações. Na era digital, as Imagens avançam pelos céus, rompem todas as fronteiras. As vozes do amor ao futebol ecoam pelo grande campo que é o mundo. Agora, em algum lugar, alguém chuta uma bola. A paixão mais documentada da história não para. O jogo nunca termina.”
(Antonio Roberto de Paula)
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