“Eles soltavam a emoção e tudo o mais que viesse a seguir pouco interessava”
Concordo que uma imagem vale mais do que mil palavras. Mas a narração original dos jogos da Copa de 70 do saudoso Geraldo José de Almeida com os comentários do também saudoso João Saldanha, o maior cronista esportivo que este país já teve, é de fazer chorar de emoção. Mesmo que o teipe daquela memorável campanha deixasse de ser exibido, já valeria a pena ouvir aquela dupla soltar a voz e o coração num dos maiores momentos, senão o maior, do nosso futebol.
A TV Cultura de São Paulo, num programa inteligente e emocionante, relembrou o tricampeonato mundial conquistado pelo Brasil no México colocando gravações originais de grandes figuras do rádio esportivo que se renderam à magia da telinha, como Walter Abraão e Rui Porto, entre outros. Mas, para quem acompanhou todas as vitórias, várias delas dramáticas, se associa a Geraldo José de Almeida e João Saldanha.
“Olha lá, olha lá, olha lá”, “Brasil patrão da bola”, “Ri-ve-li-no” e tantos outros bordões ficram para sempre no coração da gente. E mesmo passado quase trinta anos, parece que foi ontem que conquistamos o título com um timaço que dificilmente haverá outro igual no planeta.
Com o Rei Pelé desfilando sua majestade com jogadas inesquecíveis e o séquito de virtuoses como Gerson, Rivelino, Tostão, Jairzinho e Clodoaldo. Revendo o teipe e ouvindo transmissão, percebe-se que nada das realizações de Almeida e Saldanha eram calculadas. Na sessão de dribles de Clodoaldo em cinco italianos, pouco antes do golaço de Carlos Alberto, quando encerramos a goleada, o narrador se limitou a dar gritos de alegria e admiração. Quando o título já era nosso, João Saldanha agiu como um torcedor que estivesse grudado na TV em preto e branco em qualquer canto do país e saiu com esta: “Vai você aí que eu já não aguento falar mais nada.”
A televisão se modernizou, ficou colorida, a competição abriu as portas para as transmissões sisudas, divertidas, enfadonhas e bizarras. Aqueles precursores soltavam o coração e tudo o mais que viesse a seguir pouco interessava. Um ufanista e um comunista levando a voz da emoção para o Brasil.
Ressalte-se o clima sombrio em que o país vivia. Os militares usaram nossa seleção como propaganda da ditadura, mas é inegável que o cidadão consciente soube vibrar e valorizar o tri ao mesmo tempo em que condenava a repressão. As imagens ficarão gravadas para sempre. O chute do meio-campo de Pelé quase marcando um gol antológico na Tchecoslovaquia, o drible de corpo em Mazurkiewski o goleiro uruguaio, a jogada de Tostão que deu início ao gol de Jair contra a Inglaterra, o petardo de Gerson fazendo 2 a 1 na Itália e o gesto do capitão Carlos Alberto erguendo a Jules Rimet. Estas cenas jamais serão esquecidas. Geraldo José de Almeida e João Saldanha deram emoção vitalícia a elas. Quem teve o privilégio de vê-las ao vivo sabe disso.
(Do livro de Antonio Roberto de Paula, “Da Minha Janela”, de 2003. Textos publicados no Jornal do Povo a partir de 1997)
“A atuação do time paraguaio foi um exemplo de que, em algumas ocasiões, vitórias e derrotas são apenas detalhes”
O Corinthians não mandou nenhum jogador para a seleção brasileira. E pelo elenco que possui, não houve injustiça. Mas o Timão não ficou de fora da Copa. Na zaga paraguaia o Corinthians se fez representar por Gamarra, um misto de guerreiro e estilista que
A edição diária era feita a toque de caixa, mas as que iam sendo guardadas mereciam todo o esmero dos redatores. No dia 29, um sábado, O Diário veio com a manchete “Brasil e Argentina, arte contra garra".
O time do Brasil disputava a Copa do Mundo da Alemanha e no domingo jogaria com a Argentina. A Folha do Norte não circulou naquele sábado. Deixou para domingo o material que havia sido arquivado.
O grande as
O futebol romântico morreu bem antes de Pucca. Como ele sabia que as tardes de domingo não seriam memoráveis como aquelas das décadas de 60 e 70 e início dos anos 80, ele foi fazer outras coisas menos tensas e apaixonantes. Tornou-se apresentador de tevê num programa bem diferente das suas transmissões de futebol pela rádio Difusora.
Ali, empunhando a latinha, soltando sua personalíssima e vibrante
A maior paixão de Mario Shinnai sempre foi o futebol. Por mais que houvesse o desencorajamento e as broncas do pai Yoshinari e da mãe Tsuriko, ele não desistiu. Por mais raro que fosse descendente de japoneses se destacar nesse esporte, com exceção dos que atuavam no gol, China, apelido ganho na infância, não desanimou, continuou a jogar futebol de campo e futebol de salão.
Nos a
“Quilômetros de papel e rios de tinta imprimem o futebol ao longo dos anos, atravessando gerações. Na era digital, as Imagens avançam pelos céus, rompem todas as fronteiras. As vozes do amor ao futebol ecoam pelo grande campo que é o mundo. Agora, em algum lugar, alguém chuta uma bola. A paixão mais documentada da história não para. O jogo nunca termina.”
(Antonio Roberto de Paula)
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