Ando abrindo antigos álbuns de fotografias com uma assiduidade assustadora. Fico imaginando se não é o inconsciente medo de ficar velho que faz com que eu me agarre de alguma maneira ao passado, na tentativa de buscar restos de uma juventude que o inexorável tempo fez esvair.
Ou essa mania nada mais é do que visitar uma época em que a inocência ainda não havia saído do meu rosto, em que quase tudo estava por vir, em que planos e sonhos eram feitos e esquecidos com a mesma velocidade. Uma época em que a ansiedade ditava o ritmo.
Vejo gente sorridente, de 30 anos atrás e 20 quilos atrás, posando para kodaks, eternizando a vida. Gente feliz, e eu no meio, na utópica expectativa de que a vida seria sempre bela, com todas as cores e os tons possíveis. Salutar utopia, força motriz que rege os jovens de todas as idades.
Vou folheando as páginas num flash-back sereno. Cada foto traz uma história. Fatos há tanto tempo esquecidos ressurgem contundentes fazendo-me lembrar de prosaicos detalhes. Esses papéis retangulares com imagens nos transportam magicamente. São poses sem grandes variações, mas quase sempre denotando atitudes firmes e positivas sob a estampa da felicidade. Ou perto disso.
Fartos cabelos, sorrisos e projetos. Escassos medos, dores e solidão. Tristezas momentâneas pontilhando duradouras alegrias traçavam largos e claros caminhos, e éramos para sempre invencíveis. Bebíamos nosso elixir diário e dormíamos absortos para enfrentar com garra e prazer o dia seguinte. Movimento é a palavra exata para resumir esse tempo. Constante movimento para ocupar todos os lugares em todas as horas, uma necessidade atroz de não perder nada, como se não fosse permitido ficar para trás, do lado ou de fora. Era preciso ser, estar, viver.
Vejo nessas fotos pessoas que já se mudaram para longe daqui ou além daqui. Outras que continuam por aqui e umas poucas que, para minha alegria, continuaram a sair nas minhas fotografias nos últimos anos, nos últimos meses, nos últimos dias. Foram tantos os caminhos, nem tão largos nem tão claros, para chegar à crua e real consciência da finitude.
Nas nossas fotos de hoje são escassos os cabelos, os sorrisos e os projetos. Fartos são os medos e as dores, e a solidão parece rondar o ambiente. Uma dose de dissimulação substituiu aquela sã e doce ingenuidade, e o movimento é mais lento. Mas, olhando detidamente, é possível perceber que há muita vida pulsando na busca da utópica invencibilidade. Às vezes a lente pode não captar a estampa, mas ela está lá. Ainda que descorada, mas está lá.
(Do livro de Antonio Roberto de Paula ´- “Diário dos Meus Domingos”, 2011 – textos publicados no jornal O Diário do Norte do Paraná de 2006 a 2009)
Na Rua do Rosário, em Ponte Nova de Minas, acabara de nascer uma criança. Menino ou menina? Professor. De quê? De tudo. Um nome chique lhe deram: José Hiran Salée.
No Departamento de Letras da UEM, onde fomos colegas durante uns bons anos, minha mesa ficava ao lado da dele na sala dos professores. Ali, de papo em papo, em meio a intermináveis discussões sobre sinédoques e anaptixes, acabei conhecendo tin
Jorge Fregadolli, nascido em Quatá, São Paulo, em 2 de março de 1938, filho de José Fregadolli e Palmyra Bóro Fregadolli, chegou a Maringá no dia 1º de fevereiro de 1953, numa época em que já se podia antever o célere desenvolvimento da cidade.
Logo que os Fregadolli chegaram, foram trabalhar numa fazenda onde hoje é o campus da Unicesumar. O menin
Sempre fui apaixonado por futebol, uma paixão infinitamente maior do que a minha qualidade como jogador amador. Tenho muitas histórias de arquibancada e de sofá que marcaram minha vida de amante da bola. Tenho algumas de campo e de quadra, poucas, mas tenho.Tenho uma de 1971, quando tinha 13 para 14 anos. Guardo esta história com grande carinho porque foi a primeira vez que consegui ser protagonista num jogo (uma das poucas vezes, por sinal).
Vou contar.
“Quando contava as façanhas do meu ídolo, absorto naquela figura que deu tantas emoções à nação corintiana, recebi a notícia da morte do meu amigo Igor Massi”
Já estava na metade do artigo sobre Ronaldo, o grande goleiro corintiano, campeão paulista em 88, 95 e 97, brasileiro em 90 e da Copa do Brasil em 95. Titular por dez anos na mais difícil posição e no cl
“Quilômetros de papel e rios de tinta imprimem o futebol ao longo dos anos, atravessando gerações. Na era digital, as Imagens avançam pelos céus, rompem todas as fronteiras. As vozes do amor ao futebol ecoam pelo grande campo que é o mundo. Agora, em algum lugar, alguém chuta uma bola. A paixão mais documentada da história não para. O jogo nunca termina.”
(Antonio Roberto de Paula)
Rua Pioneiro Domingos Salgueiro, 1415- sobreloja - Maringá - Paraná - Brasil
(44) 99156-1957