A maior paixão de Mario Shinnai sempre foi o futebol. Por mais que houvesse o desencorajamento e as broncas do pai Yoshinari e da mãe Tsuriko, ele não desistiu. Por mais raro que fosse descendente de japoneses se destacar nesse esporte, com exceção dos que atuavam no gol, China, apelido ganho na infância, não desanimou, continuou a jogar futebol de campo e futebol de salão.
Nos anos 70, época de ouro do futsal maringaense, quando era grande a concorrência para conseguir uma vaga no selecionado da cidade, China chegou a ser convocado para defender Maringá ao lado de Custódio, Miroca, Zezé, Clodemir, Martizinho, entre outros craques. Além da seleção de Maringá, jogou em equipes da Acema, Yamaguchi, Organtel, Norpa e Rolândia Nikkey. Boas lembranças daqueles tempos no campo de jogo. Algumas bem dolorosas. Como numa dividida com o goleiro adversário, Mário Hossokawa, vereador maringaense, do time do Auto Vidros Saveiro. Resultado: perna fraturada e um ano longe da bola.
Nascido em Itapetininga em 1950, a família veio para Maringá em 1955 porque seu pai entrou numa sociedade com parentes na compra de uma fazenda para a plantação de tomates. Um destes parentes era o irmão Suehiro, já falecido, que residia na avenida Mauá, quase na esquina com a avenida São Paulo, onde China chegou a morar por uns tempos, e que comercializava hortifrutigranjeiros e os filhos seguiram neste ramo de atividade.
Com os pais e os irmãos Fred e Jorge, China morou na rua Luiz Gama, Zona Quatro, onde se tornou vizinho de Clodemir Carniel, o Clodô, nome famoso do futebol amador de Maringá. Estudante do Colégio Marista onde concluiu o primário e o ginásio, a maior lembrança daquela época foi o time mirim do Padre Aristides: volante titular dos 7 aos 11 anos de idade. No Colégio Dr. Gastão Vidigal fez o curso científico e em Curitiba tentou o vestibular em Agronomia em 1969, mas não foi aprovado.
De Curitiba, apesar da reprovação, as recordações daquele anos são ótimas. Fez o serviço militar na capital paranaense e integrou a seleção da sua corporação na disputa do Campeonato Brasileiro do Exército. Naquele ano, chegou a treinar no Água Verde, time extinto que se fundiu a outros e daí surgiu o Paraná Clube. O pai o chamou de volta.
No retorno a Maringá, China passou no vestibular da UEM (Universidade Estadual de Maringá) no curso de administração de empresas. Não concluiu, mas seguiu na contabilidade, trabalhando na empresa Organtel por seis anos e na Yamaguchi por doze. China aponta o crescimento da Cocamar, cooperativa criada em 1963, como responsável pelo enfraquecimento e o fechamento de várias empresas algodoeiras instaladas em Maringá, como a Sanbra (Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileira), Esteves, Sul Brasil, Óleos Nata, Norpa, entre outras.
Naviraí, no Mato Grosso do Sul, foi o próximo destino de China, em 1981. A ida para o Japão com a esposa Nedir aconteceu em 1996. Lá trabalhou com solda por 14 anos, na Toyota. A volta em definitivo aconteceu em 2016. Mesmo tendo vindo várias vezes a Maringá a passeio durante os vinte anos em que viveu no Japão, diz que é mais difícil se readaptar no Brasil do que se adaptar lá.
Pai de seis filhos e dois netos, China não lamenta quase nada da vida. Só o fato de não poder mais exercitar sua paixão pela bola, pois teve que pôr uma prótese no joelho. Aposentado, dá um sorriso quando se lembra do pai, o investigador de polícia Yoshinari Shinnai, falecido em 2011, bastante enérgico, que queria proibi-lo de jogar bola. “Ele era muito bravo, não me deixava jogar, mas, para não dar o braço a torcer, via jogo meu escondido, e não foi uma vez só, não”, comenta, em meio a uma gargalhada.
(Crônica de Antonio Roberto de Paula originariamente publicada no livro “Maringá 70 anos – a cidade contada pelos que viveram sua história”, editado pela Unicesumar, tendo como autores Antonio Roberto de Paula, Dirceu Herrero Gomes, Miguel Fernando Perez Silva e Rogério Recco, 2017, 2018)
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Durante nove anos, Walter Poppi escreveu na Folha do Norte. De 1970 até o jornal cerrar as portas em 1979. Poppi começou precocemente. Aos 14 anos, em 1962, no O Jornal de Maringá, estava escrevendo as primeiras laudas como auxiliar de Antonio Calegari, o Foquinha, considerado um dos melhores repórteres policiais da época.
Antes de ir para a Folha, Poppi trabalhou quatro anos na Prosdócimo, empresa de móveis e eletrodomést
Em 1945, Arlindo e Mário Pedralli compraram uma fazenda de 150 alqueires em Ourizona, depois de venderem uma propriedade de 20 alqueires na cidade paulista de Rancharia. A vinda dos irmãos com suas respectivas famílias a Maringá aconteceu dois anos depois. Em 1947 e 1948, os Pedralli se estabeleceram na cidade até que parte da mata da propriedade fosse derrubada e iniciado o plantio de café.
Na fazenda batizada de S&
O amigo do Museu Esportivo de Maringá, Jair Carvalho, que todos conhecem como Golê, meio-campista que, mesmo aos 64 anos, continua batendo muito bem na redondinha, atuando nos campeonatos do Clube Olímpico de Maringá e defendendo as cores da equipe veteraníssima do Museu Esportivo de Maringá, fez um gol-relâmpago, em 1974, aos 18 anos, quando jogava na equipe amadora do time da cidade de Atalaia, 53 quilômetros de Maringá.
Olho para a cara do Seu João, e através dela vejo uma Maringá de 40 anos atrás. Em 1966, já achava Seu João um velho. Hoje, constato que ele não era tão velho assim. Eu é que era muito novo, e qualquer cidadão que usasse calças compridas, camisas de colarinho e botasse um cigarro na boca eu chamava de senhor. Ensinamentos de um pai que não escolhia hora nem local para chamar a atenção do fi
“Quilômetros de papel e rios de tinta imprimem o futebol ao longo dos anos, atravessando gerações. Na era digital, as Imagens avançam pelos céus, rompem todas as fronteiras. As vozes do amor ao futebol ecoam pelo grande campo que é o mundo. Agora, em algum lugar, alguém chuta uma bola. A paixão mais documentada da história não para. O jogo nunca termina.”
(Antonio Roberto de Paula)
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