No dia 27 de julho de 1991, no Ginásio de Esportes Chico Neto, de Maringá, o lutador de boxe José Adilson “Maguila” Rodrigues dos Santos colocou em jogo seu cinturão de campeão sul-americano de pesos pesados contra o argentino Daniel Eduardo “Dinamita” Guibaldo. Numa luta prevista para 12 assaltos, o brasileiro conquistou a vitória no terceiro por nocaute técnico.
Na preliminar foram realizadas três lutas entre pugilistas brasileiros. O super-pena Francisco Tomas da Cruz, já com a carreira na descendência, venceu Isaias Monteiro por pontos. Lourival Delfino, peso meio-médio, superou Claudio de Oliveira por pontos, assim como o meio-pesado Peter Venâncio ganhou de Gilvan da Silva.
Dias após a luta, Maguila esteve na Prefeitura de Maringá, sendo recebido pelo então vice-prefeito Willy Taguchi, que ocupava interinamente o cargo de prefeito porque o titular Ricardo Barros havia tirado uma licença de quinze dias. Na oportunidade, Maguila presenteou Taguchi com o par de luvas que havia usado na vitoriosa luta realizada no Ginásio Chico Neto. As luvas foram autografadas pelo campeão sul-americano.
Divulgador e entusiasta do projeto de resgate da memória esportiva da cidade, Willy decidiu doar ao Museu Esportivo de Maringá uma das luvas, a direita, daquela histórica luta de Maguila. Da marca Olimpíadas, a luva traz as inscrições “10 onças”, própria para boxeadores de peso de 65 a 78 quilos, e “Oficializada F.P.P.”, Federação Paulista de Pugilismo, entidade a qual Maguila era filiado.
A luva foi entregue por Taguchi no dia 2 de janeiro de 2019 ao amigo colaborador do MEM, Sérgio Bertoni, que a levou no dia seguinte. “Agradecemos o amigo Willy pela doação. Esta luta de Maguila em Maringá, 28 anos atrás, é desconhecida pra muita gente. Muitos daquela época não se lembram. Por meio de uma peça estamos fazendo o resgate de um de um evento que hoje podemos considerar histórico ocorrido no Chico Neto”, analisa o diretor do Museu Esportivo de Maringá, Antonio Roberto de Paula.
Na foto do acervo pessoal de Willy Taguchi, em que ele aparece com o Maguila, estão o saudoso Airton Furlaneto, Francisco Maravieski e Paulo Lemos, que na época trabalhavam na Prefeitura de Maringá.
Nas demais fotos: Willy com Sérgio Bertoni, Sérgio Bertoni no MEM, o oponente de Maguila, Daniel Eduardo “Dinamita” Guibaldo na década de 1990 e hoje, e Maguila no auge da carreira e hoje.
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Maguila hoje, aos 60 anos
De acordo com o site de notícias UOL, “o antigo pugilista se trata de encefalopatia traumática crônica (ETC), fruto das pancadas recebidas durante a carreira e popularmente conhecida como 'demência pugilística'. O problema crônico acarreta graves problemas motores e distúrbios de memória nos pacientes. Maguila vive na clínica em Itu e é monitorado pelos médicos 24h por dia. O quadro do ex-pugilista exige cuidados integrais.”
A história de Maguila
Nasci no Bom Retiro e vivi até os 27 anos na Barra Funda. Em ambos os bairros era comum acompanhar lutas de boxe em fábricas. Em casa, além do futebol, a nobre arte era muito comentado nas conversas entre meu pai e avô materno. Tive muitos amigos que praticaram o pugilismo, mas eu nunca tive jeito para o esporte.
Em 1983, eu e alguns amigos ganhamos um ídolo. Tratava-se de um sergipano forte, que passava por cima de seus adversários. A primeira luta na qual nos juntamos para ver o peso pesado sensação em ação foi no ano seguinte, diante do argentino Juan Antonio Musladino. Um upper mosntruoso quase arrancou a cabeça do “hermano”.
Contemporâneo de pugilistas lendários como Mike Tyson, Evander Holyfield e George Foreman, o carismático lutador, que tinha o apoio da TV Bandeirantes, por intermédio do locutor Luciano do Valle, foi acumulando fama e a admiração do povo brasileiro, a ponto de se tornar uma das maiores atrações da mídia.
Suas lutas tinham grande audiência, o que faziam os jornais terem “setoristas”, que acompanham seus treinos como se fazia com os times de futebol do Corinthians, Palmeiras e São Paulo.
Com muita coragem, uma força descomunal na mão direita e uma ajuda de Newton Campos, presidente vitalício do Conselho Mundial de Boxe, o “cabra macho” chegou ao segundo lugar no ranking da principal entidade do boxe.
Muitos queriam uma luta com Tyson para 200 mil pessoas no Maracanã, mas para isso teria de passar por Holyfield, o primeiro do ranking. O brasileiro surpreendeu o mundo ao vencer o primeiro assalto. Mas a maior experiência e talento do norte-americano fizeram com que a luta acabasse no round seguinte.
Um segundo desafio ainda maior veio em 1990. Encarar oo fortíssimo George Foreman. Novo nocaute no segundo assalto.
O título mundial não foi conquistado, mas o boxe brasileiro já tinha em sua história o nome daquele lutador simples e tipicamente brasileiro, que gostava de agradecer aos amigos e patrocinadores depois de seus combates.
Ele completa nesta terça-feira 60 anos. Está doente. Todos rezamos para que sua vida seja melhor. Ele merece. Foi uma pessoa do bem. Parabéns, Adilson “Maguila” Rodrigues.
(Texto de Wilson Baldini Jr. (Estadão), publicado no Blog do Baldini em 12 de junho de 2018)
10 curiosidades sobre Maguila
(Texto publicado no Guia dos Curiosos – www.guiadoscuriosos.uol.com.br)
1. O lutador sergipano Adílson Rodrigues, 1,85 metro, ganhou esse apelido por sua semelhança com o personagem do desenho animado Maguila, o Gorila. a primeira luta como profissional foi disputada em 4 de fevereiro de 1983. Maguila derrotou o adversário José Tavares por nocaute no terceiro assalto. Cinco meses depois, em 2 de julho, ele conquistou o título brasileiro, ao derrubar Valdemar Paulino no primeiro round.
2. Em cada treino, Maguila perdia três quilos.
3. Maguila teve dezenove irmãos.
4. No auge da carreira, seus bíceps tinham 38 centímetros de diâmetro, quase tão grossos quanto as pernas de 40 centímetros.
5. Aos 13 anos, a professora mandou-o escrever na lousa e ele não quis ir. Ela bateu com a palmatória no seu braço. Maguila reagiu: deu-lhe um soco de direita e a professora caiu. Estava no quarto ano e acabou expulso do colégio.
6. Antes de ser lutador, Maguila trabalhou em São Paulo com pedreiro, leão-de-chácara de uma boate e segurança de um motel.
7. Em maio de 1984, Mike 'Giant' White desembarcou no Brasil para enfrentar Maguila e levou a maior surra. Antes de voltar, no entanto, revelou que, na verdade, ele era jogador de basquete. Graças a seus 2,07 metros, Mike acabou ganhando um lugar no time de basquete do Corinthians. Em pouco tempo, mostrou que não era nem uma coisa nem outra. Ao ser mandado embora, uma nova surpresa: ele disse que também pegava bem no gol.
8. No dia 22 de agosto de 1995, Maguila tornou-se o primeiro brasileiro campeão mundial peso pesado. O título era da inexpressiva Federação Mundial de Boxe (WBF), uma das dezenas de entidades que representam a categoria. Maguila, 37 anos, derrotou por pontos o inglês Johnny Nelson, em Osasco, na Grande São Paulo.
9. O excesso de entidades que organizam o boxe mundial possibilita que outros lutadores de menor categoria consigam recuperar o título perdido. As organizações mais conceituadas são o Conselho Mundial de Boxe (CMB), a Associação Mundial de Boxe (AMB) e a Federação Internacional de Boxe (FIB). Na relação, aparecem duas de menor expressão: a Organização Mundial de Boxe (OMB) e a Federação Mundial de Boxe (WBF).
10. Em 2011, Maguila revelou ao jornal Diário de São Paulo que tinha sido diagnosticado com mal de Alzheimer havia dois anos. A doença degenerativa não tem cura, e seu sintoma mais comum é a perda da memória. O boxeador se recusou a iniciar o tratamento, pois afirmou não ter nenhum sintoma da doença.
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Equipes amadoras (3)
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Abaixo o texto de José Domingos, um dos diretores da Confraria:
"MANIFESTAÇÕES EM TORNO
DO JANTAR DE ONZE ANOS DA
CONFRARIA AMIGOS DA BOLA
ENTUSIASMAM E ESTIMULAM.
REGI
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(Antonio Roberto de Paula)
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