Toda vez que passo em frente bate uma forte e bonita saudade. Um bom pedaço da história de Maringá teve o seu epicentro ali. Era a sala vip da cidade, o ponto de encontro das lideranças que na época determinavam rumos.
Lembro-me bem de ter estado lá na fase de acabamento da obra, junto com um grupo de jornalistas. Foi quando conheci o querido pioneiro Joaquim Moleirinho, com quem anos após tive longa convivência no Rotary. Joaquim Moleirinho e Joaquim Caetano vieram de Portugal como artífices especializados em construções com madeira. Foram os responsáveis pela instalação dos telhados, janelas e outras peças que deram aquele toque de nobreza ao edifício. Os dois acabaram fincando raízes aqui, como proprietários do Frigorífico Central.
Idealizado pelo arquiteto paulista José Augusto Belucci (o mesmo que projetou a nossa Catedral) o Grande Hotel foi inaugurado em 1956. Ao construí-lo, a intenção da Companhia Melhoramentos era ter um lugar classudo onde hospedar investidores caixa-alta que vinham comprar terras na região; o hotel cumpriu, porém, função social e política bem mais ampla.
Havia dois belos espaços de festas, o Salão Amarelo e o Salão Azul, palcos de grandes bailes, banquetes, formaturas, reuniões do Rotary e do Lions. Nas tardes de domingo, matinês dançantes do badalado Clube dos Solteiros. Havia também um bar bem moderninho onde se reuniam, principalmente nos domingos de manhã, políticos, empresários, jornalistas – uma espécie de “senadinho”. Quem quisesse encontrar um dos ilustres da urbe era só ir ao bar do Grande Hotel. Cada qual centralizando uma roda de admiradores, lá estavam Haroldo Leon Peres, Renato Celidônio, Túlio Vargas, a turma toda.
Ali dormiu muita gente famosa: Joubert de Carvalho, os astros e estrelas que vieram para o Festival de Cinema, Pelé, o goleiro Yashin, JG de Araújo Jorge, José Mauro Vasconcelos, Elis Regina, Jair Rodrigues, Nelson Gonçalves, Jânio Quadros, Carlos Lacerda, Adhemar de Barros, Ney Braga, Paulo Pimentel...
O gerente geral era o Doutor Herbert Mayer, um alemão superpreparado que entendia tudo de hotelaria, culinária, etiqueta – essas coisas chiques de gente fina. Durante algum tempo ele foi também dono do restaurante mais requintado que a cidade conheceu nas primeiras décadas, o Lord Lovat. Nos seus últimos anos foi secretário executivo da Acim.
Mas um dia o hotel foi vendido e (que pena) trocaram o nome: mudou para Ferraretto, depois Bandeirantes. Com isso a casa perdeu muito do seu antigo ar de filme clássico. A geração pioneira até hoje não se conformou com tal mudança. Pior: pouco após fechou de vez.
Agora está lá aquele prédio lindo, num dos espaços mais valorizados de Maringá, esperando que finalmente se decida que destino dar a ele. Bom seria que fosse aproveitado como Casa da Cultura, com museu, biblioteca, auditórios, salas para reuniões de grupos culturais etc. Quem sabe um dia?...
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(Crônica publicada no Jornal do Povo – Maringá – 10-9-2020)
As palavras surgem com dificuldades. Hoje, não haverá nada de mediúnico, se é que algum dia houve. É transpiração absoluta, é a cabeça latejando. São muitos os temas com possibilidades de render uma história, porém eles chegam, passeiam na mente, mas não tomam corpo. Saem ou se escondem para voltar mais tarde, quando já não me interessam tanto. Hoje, não vão surg
O País respirava futebol naquele 21 de junho de 1970. Não era para menos. O escrete canarinho poderia chegar ao tricampeonato. A seleção comandada por Zagallo havia vencido todos os jogos da Copa do Mundo do México e tinha pela frente a Itália, que, com muita garra, chegara à final no Estádio Azteca, na Cidade do México.
A redação da Folha do Norte, que sempre ficava fechada aos domingos, porque n&atil
Nosso amigo do Museu Esportivo de Maringá, o advogado Reginaldo Aracheski, criador do Memorial do Futebol da Lapa, cidade paranaense histórica, fundada em 13 de junho de 1769, conta a Antonio Roberto de Paula detalhes de um amistoso realizado na Itália, em 1963, entre a seleção daquele país e a brasileira:
'O primeiro, à direita, na foto é Angelo Benedetto Sormani, meu amigo que mora em Roma. Nesse amistoso,
Maringá das casas de madeira, com suas singelas varandas; suas cercas de balaústres separando terrenos e unindo vizinhos; longas conversas ao luar; habitantes iluminados e felizes, cúmplices de um tempo e de um lugar.
Maringá da poeira e do barro, das ruas de lâmpadas amarelas, de seus lentos veículos, geradores, limpa-pés, fogões de lenha, pomares e galinhas no terreiro. Maringá
“Quilômetros de papel e rios de tinta imprimem o futebol ao longo dos anos, atravessando gerações. Na era digital, as Imagens avançam pelos céus, rompem todas as fronteiras. As vozes do amor ao futebol ecoam pelo grande campo que é o mundo. Agora, em algum lugar, alguém chuta uma bola. A paixão mais documentada da história não para. O jogo nunca termina.”
(Antonio Roberto de Paula)
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