Meados de 1958. Manoel Tavares (diretor de “A Tribuna de Maringá”), parou diante de minha casa montado numa motocicleta e armado de máquina fotográfica. Pediu-me que subisse à garupa e o acompanhasse numa visita sem aviso prévio a uma instituição então conhecida como “albergue noturno”, que funcionava em Maringá por conta de um órgão do estado, o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural – FATR. Era uma hospedaria sem nenhum conforto, destinada a acolher migrantes que chegavam de várias origens atraídos pela fama do novo eldorado, e que ali permaneciam enquanto procuravam emprego.
Dava medo só de olhar. Camas quebradas, colchões rasgados, percevejos, baratas, mau cheiro. E os albergados espalhados no meio daquela sujeira toda.
O funcionário que nos recebeu ficou meio assustado, deu algumas tímidas explicações, disse que a verba era curta, pouca gente ajudava... Só ele e mais dois ajudantes para cuidar da limpeza, da cozinha, do dormitório. No dia seguinte “A Tribuna” soltou a matéria em primeira página, com larga manchete, denunciando aquela coisa horrível. A repercussão foi imediata.
Dom Jaime Luiz Coelho, primeiro bispo de Maringá, havia chegado à cidade fazia pouco mais de um ano. Alertado pela reportagem, foi conhecer a situação de perto. Deu uma olhada geral nas instalações, fez algumas perguntas ao encarregado e conversou longamente com os migrantes. Saiu de lá chorando e prometeu dar um jeito naquilo o mais rápido possível. Logo em seguida entrou em contato com autoridades do governo estadual.
Após as negociações necessárias, conseguiu que o estabelecimento fosse transferido para a diocese. Oficializada a documentação, Dom Jaime de pronto mandou fazer uma ampla faxina, reformou os sanitários e colocou camas e colchões novos.
No início de 1959 a instituição foi reinaugurada, passando a chamar-se Albergue Santa Luísa de Marillac, inicialmente dirigido por três irmãs vicentinas: Sebastiana, Ivone e Delfina.
Pouco depois, assumiu a direção do Albergue uma santa e heroica vicentina, Irmã Vicenza, fervorosa devota de São José. Lembro-me bem de uma entrevista que publicamos na revista “NP” com o título “São José resolve tudo”, na qual a querida irmãzinha contava como conseguia resolver os problemas de manutenção da casa. Se, por exemplo, faltava feijão, ela dava um “aperto” em São José e sem demora aparecia algum bondoso doador trazendo um saco do produto.
Após alguns anos, já velhinha e sem condições de saúde para continuar a cuidar dos seus pobrinhos, Irmã Vicenza passou a direção a outra pessoa maravilhosa, Irmã Salomé.
Desde então, com o apoio da comunidade e a proteção contínua de São José, o albergue Santa Luísa de Marilac, hoje aos cuidados de dedicados irmãos franciscanos e num prédio bem equipado e com amplos espaços, continua prestando extraordinário serviço a milhares de carentes, que ali encontram abrigo, alimento e amor.
=======================
(Crônica publicada no Jornal do Povo – Maringá – 03-9-2020)
Olho para a cara do Seu João, e através dela vejo uma Maringá de 40 anos atrás. Em 1966, já achava Seu João um velho. Hoje, constato que ele não era tão velho assim. Eu é que era muito novo, e qualquer cidadão que usasse calças compridas, camisas de colarinho e botasse um cigarro na boca eu chamava de senhor. Ensinamentos de um pai que não escolhia hora nem local para chamar a atenção do fi
A primeira vez em que lá entrei foi em 1967, em companhia do prefeito Luiz de Carvalho. O local era ainda conhecido como “Bosque 1” – um pedacinho da antiga floresta em meio à qual a população pioneira construiu a garbosa urbe onde hoje a gente orgulhosamente mora.
Havia apenas uma trilha rústica, pela qual caminhamos até o miolo da matinha. Durante o percurso, Doutor Luiz foi chamando a atenç
Todo conteúdo do livro está aqui e também neste blog: http://dispersosversoserrantes.blogspot.com/
Lançamento de "Dispersos Versos Errantes" na internet: 8 de novembro de 2010
SOBRE AS ILUSTRAÇÕES DO LIVRO-BLOG DISPERSOS VERSOS ERRANTES PRODUZIDAS POR ESTUDANTES EM 2003
Em 2003, pedi ao Marco Aurélio Fabretti, então e
“Miramos tanto no estilo de vida americano que deveríamos copiar o carinho e o respeito que eles têm por seus ídolos”
O basquete brasileiro comemorou, no último sábado, dez anos de uma de suas maiores conquistas: a medalha de ouro no Pan-Americano de Indianápolis. O feito se tornou ainda mais grandioso porque o adversário da final eram os Estados Unidos, que nunca haviam perdido em casa em toda a histó
“Quilômetros de papel e rios de tinta imprimem o futebol ao longo dos anos, atravessando gerações. Na era digital, as Imagens avançam pelos céus, rompem todas as fronteiras. As vozes do amor ao futebol ecoam pelo grande campo que é o mundo. Agora, em algum lugar, alguém chuta uma bola. A paixão mais documentada da história não para. O jogo nunca termina.”
(Antonio Roberto de Paula)
Rua Pioneiro Domingos Salgueiro, 1415- sobreloja - Maringá - Paraná - Brasil
(44) 99156-1957