A primeira vez em que lá entrei foi em 1967, em companhia do prefeito Luiz de Carvalho. O local era ainda conhecido como “Bosque 1” – um pedacinho da antiga floresta em meio à qual a população pioneira construiu a garbosa urbe onde hoje a gente orgulhosamente mora.
Havia apenas uma trilha rústica, pela qual caminhamos até o miolo da matinha. Durante o percurso, Doutor Luiz foi chamando a atenção para alguns detalhes: o cheiro das plantas, o canto dos bem-te-vis e sabiás, uns macaquinhos saltando de galho em galho. Que pena aquele tesouro todo estar ali desaproveitado. Pior: um lugar tão bonito sujeito a incêndios e depredações, servindo até como esconderijo de malfeitores. Ele gostaria muito de transformar a área num ponto de encontro e recreio. Porém não teve tempo nem recursos. Deixaria o sonho em pauta para ser realizado pelo sucessor.
Por sorte o sucessor foi outro homem de forte sensibilidade e visão de futuro, o Doutor Adriano José Valente, que logo no início do mandato (1969) convidou o Doutor Aníbal Bianchini da Rocha para trocar ideias sobre a urbanização do bosque. Chamou depois os engenheiros e arquitetos da prefeitura e de imediato autorizou a elaboração do projeto.
Aproveitando o valãozinho que passava dentro da reserva, formou-se um lago. Ao lado construiu-se uma gruta, novas trilhas foram abertas, organizou-se um pequeno zoológico e se instalaram os equipamentos necessários. No dia 10 de outubro de 1971, pronto e lindo, o parque foi inaugurado e entregue à comunidade. Um festão. Vieram famílias inteiras de todos os bairros e até das cidades vizinhas. A criançada fez o maior alvoroço. Namorados disputando a vez para passear nos pedalinhos. Era o que faltava em Maringá – um clube do povo. Beleza.
Antes disso, todavia, enquanto se realizavam as obras, um problema provocara longa discussão: a escolha do nome. Estava quase certo que seria Parque Doutor Etelvino de Oliveira, tributo à memória de um médico ilustre e muito querido, que de fato merecia a honra. Mas para o parque se achou que seria mais adequado um nome lírico, telúrico.
Daí que num certo dia esteve na redação da “Folha do Norte” o então vereador e futuro deputado Antônio Facci. Estávamos na sala um grupo de jornalistas. Provoquei o Facci: “Vamos começar uma campanha para dar ao bosque o nome de Parque do Ingá. Você topa se aliar à gente e apresentar o projeto à Câmara?”.
Argumentamos que parques e jardins ganham muito mais charme quando têm poesia no nome – Quinta da Boa Vista, Parque do Ibirapuera... Além disso, seria uma justa e carinhosa homenagem à cabocla Maria do Ingá, inspiradora da canção que batizou a cidade.
Facci, que mais do que político era um poeta, assumiu na hora a causa. Fez um belíssimo discurso na Câmara e aprovou o projeto por unanimidade. Doutor Adriano sancionou feliz da vida. E em ata assim se inscreveu: o nome é Parque do Ingá.
===============================================
(Crônica publicada no Jornal do Povo – Maringá – 27-8-2020)
“Homenageou um santo e para não ficar muito carola tascou um nome pagão na sequência”
Nasci Antonio como poderia ser João ou Pedro. O parto aconteceu entre Santo Antonio e São João, entre fogos de artifício e bandeirinhas coloridas. Feliz de quem nasce em junho. Pega carona nas festas juninas e recebe benção tripla. A benção do triunvirato Antonio, João e Pedro.
Os primeiros registros fotográficos do Maringá Velho e do Maringá Novo são creditados a Shizuma Kubota, do Foto Primeiro, e ao seu cunhado Tutomo Samuki, do Foto Moderno, este, responsável por grande parte das imagens aéreas da cidade nos anos 40 e 50. Soma-se a esta dupla histórica a família Eidan, do Foto Lux, aberto em 1948 no Maringá Novo. Excetuando as fotos e vídeos dos estúdios e produ Jorge Fregadolli, nascido em Quatá, São Paulo, em 2 de março de 1938, filho de José Fregadolli e Palmyra Bóro Fregadolli, chegou a Maringá no dia 1º de fevereiro de 1953, numa época em que já se podia antever o célere desenvolvimento da cidade. Logo que os Fregadolli chegaram, foram trabalhar numa fazenda onde hoje é o campus da Unicesumar. O menin Ando abrindo antigos álbuns de fotografias com uma assiduidade assustadora. Fico imaginando se não é o inconsciente medo de ficar velho que faz com que eu me agarre de alguma maneira ao passado, na tentativa de buscar restos de uma juventude que o inexorável tempo fez esvair. Ou essa mania nada mais é do que visitar uma época em que a inocência ainda não havia saído do meu rosto, em
“Quilômetros de papel e rios de tinta imprimem o futebol ao longo dos anos, atravessando gerações. Na era digital, as Imagens avançam pelos céus, rompem todas as fronteiras. As vozes do amor ao futebol ecoam pelo grande campo que é o mundo. Agora, em algum lugar, alguém chuta uma bola. A paixão mais documentada da história não para. O jogo nunca termina.”
(Antonio Roberto de Paula)
Rua Pioneiro Domingos Salgueiro, 1415- sobreloja - Maringá - Paraná - Brasil
(44) 99156-1957