Crônicas / Paraguai de garra e de Gamarra - Copa do Mundo de 1998

“A atuação do time paraguaio foi um exemplo de que, em algumas ocasiões, vitórias e derrotas são apenas detalhes”

   O Corinthians não mandou nenhum jogador para a seleção brasileira. E pelo elenco que possui, não houve injustiça. Mas o Timão não ficou de fora da Copa. Na zaga paraguaia o Corinthians se fez representar por Gamarra, um misto de guerreiro e estilista que encantou o mundo.

   O jogo contra a França foi de tirar o fôlego do torcedor brasileiro. Sim, porque além de torcermos sempre para os teoricamente fracos, tínhamos que dar uma força para nossos vizinhos.

   A derrota em nada tirou o brilho da participação paraguaia na Copa. Pelo contrário, mostrou uma equipe lutadora e determinada que foi vencida por um adversário que jogava em casa e de técnica superior. A atuação do time paraguaio foi um exemplo de que em algumas ocasiões, vitórias e derrotas são apenas detalhes. Vale a glória e a satisfação de ter lutado o bom combate. E assim foi o Paraguai.

   Quem viu as imagens de Assunção logo após a partida poderia imaginar que o time havia se classificado. Para o povo nas ruas, desfraldando as bandeiras e gritando os nomes de Chilavert, Gamarra e Ayala, o que importou foi o espírito guerreiro da equipe, a dedicação e o orgulho dos jogadores em representar com dignidade o país.

   Numa copa de resultados previsíveis, de seleções de nível sofrível, o Paraguai foi o contraponto. Na chave considerada mais difícil, o time se classificou invicto. Nas oitavas cruzou com o anfitrião e se o ataque fosse mais efetivo teria feito chorar todo um país e seria uma das maiores zebras da história das copas.

   Gamarra representou a garra portenha. A dedicação e o amor à camisa deste jogador que o Corinthians tem o privilégio de contar em seu grupo de jogadores, foi evidenciada ainda mais depois que sofreu uma contusão no braço. Um herói ferido, a alma em brasa que nenhuma derrota lhe subtrairá o mérito.

(Do livro de Antonio Roberto de Paula, “Da Minha Janela”, de 2003. Textos publicados no Jornal do Povo a partir de 1997)

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