“O relógio vai avançar preguiçosamente. A gente vai ver, ouvir e ler, mas sem prestar atenção. Só ficar pensando como será esta decisão”
Hoje eu vou colocar aquela camisa amarela da Copa de 86, o shortão verde e uma fita com a inscrição “Brasil penta”. A bandeira brasileira de plástico, brinde do posto, vai ficar, como sempre ficou, desde a estréia com a Escócia, do lado da televisão. Daqui a pouco vou ligar o rádio para ouvir as entrevistas dos jogadores, do técnico e dos torcedores. Quero acompanhar pela TV todos flashes direto de Paris ou de qualquer canto do Brasil.
Enquanto meus olhos e ouvidos estiveram ocupados, em sintonia com a seleção, minhas mãos vão estar folheando os cadernos de esporte dos jornais. Quero saber tudo o que está acontecendo. Não é sempre que a gente vai para uma final de Copa do Mundo. Nas 15 copas disputadas nestes 68 anos, fomos para as cabeças em seis. Portanto, hoje é um dia muito especial na vida de quem ama o futebol.
O país está todo mobilizado para este jogo. Uma hora destas, a carne já está no fogo e as latas e garrafas de cerveja estão prestes a ser abertas. Até o momento da bola começar a rolar a inquietação será das maiores. O relógio vai avançar preguiçosamente. A gente vai ver, ouvir e ler, mas sem prestar atenção. Só ficar pensando como será esta decisão. Temos time para ser campeão? A França vai se superar? O juiz vai meter a mão? Será que o Ronaldinho marca dois e vira artilheiro da Copa?
Tantas perguntas que gostaríamos que fossem previamente respondidas... A seleção mexe tanto com a gente num dia como o de hoje que chegamos a dar uma pausa nas preocupações. Amanhã, a vida toma seu curso normal, mas hoje... Hoje eu quero ver o Júnior Baiano dar bico para todos os lados, o Dunga comandar a equipe e o Ronaldinho e o Rivaldo fazer gols nos franceses. Contas a pagar eu vou ter a vida inteira, mas chegar numa final de copa é uma vez ou outra.
Hoje eu estou tão tenso e vou ficar tão feliz se o Brasil for penta que não vou nem ligar para a coleção de abobrinhas que o Galvão Bueno vai nos despejar, para os comentários ridículos do Pelé, Rivelino e Raul Plasman, para o 0900 do Luciano do Vale, para a obviedade dos repórteres. Não vou reclamar nem um pouco quando aparecerem õs pais mães, mulheres, filhos, amigos e cachorros dos jogadores. Muito pelo contrário, vou até ficar emocionado. Coisa brega e linda aquela de mostrar fotos em preto e branco do craque na infância e entra a mãe dizendo que ele fazia muitas artes. E termina a matéria com velhinha choramingando e aquela voz “Brasillll”.
Vale tudo hoje, meu amigo-leitor-torcedor. Está chegando a hora. Estamos concentrados desde sexta-feira esperando a França, depois daquela histórica vitória sobre os laranjas. Hoje o país se vestiu de verde-amarelo para exercitar a maior paixão popular. A seleção bate bola nas telas do Brasil, entre os mais humildes e os mais abastados. É a paixão democratizada instalada em todos nós. Amanhã é outro dia. Hoje eu só quero ser feliz.
O Brasil perdeu a final para a França por 3 a 0.
(Do livro de Antonio Roberto de Paula, “Da Minha Janela”, de 2003. Textos publicados no Jornal do Povo a partir de 1997)
Saía da Vila Sete, próximo da Colombo (para valorizar o bairro, passaram a chamá-la de Zona Sete. Que besteira!), e ia a pé até pelos lados da Catedral, cortando pela linha férrea, pulando vagão. Achava o trajeto curto. Agora, percebo que estou envelhecendo em Maringá. Se fizer o percurso hoje, o tempo vai ser bem maior. Não só pelo movimento dos carros, mas principalmente pelas minhas condiç
Esporte Clube Pinheiros, janeiro de 1977
"Eu estava com 11 pra 12 anos nessa foto aí. Meu pai, Alirio Evaristo, me levou para assistir o torneio Taça Cidade de Curitiba, em janeiro de 1977. Ele era torcedor do Colorado, e me disse "você tem que ver meu time, é um timaço maravilhoso, espetacular e tal, você vai gostar". Fim de jogo, Pinheiros 2x1 Colorado. Pensei comigo "se o time do meu pai é bom, imagine esse de azu
(Antonio Roberto de Paula - Livro: Diário dos meus domingos, 2011)
O espaço de hoje é dedicado ao amigo que liga a qualquer hora querendo saber como vai a sua vida ou para contar um fato que aconteceu agora há pouco ou há 20 anos, ao que manda e-mails de piada com graça ou sem graça, uma corrente de oração ou fotos mostrando as maravilhas arquitetônicas dos países do leste euro
Vindos do interior paulista, os irmãos Carniel eram donos de 40 alqueires em Maringá, numa faixa de terra que incluía o Jardim Industrial, o Parque Itaipu até o Contorno Sul. Antonio chegou primeiro, em 1944, viu as terras, gostou, alugou uma casinha e chamou os irmãos. Adquiriram as propriedades junto à Cia Melhoramentos Norte do Paraná.
José, um dos irmãos, sitiante em Presidente Bernarde
“Quilômetros de papel e rios de tinta imprimem o futebol ao longo dos anos, atravessando gerações. Na era digital, as Imagens avançam pelos céus, rompem todas as fronteiras. As vozes do amor ao futebol ecoam pelo grande campo que é o mundo. Agora, em algum lugar, alguém chuta uma bola. A paixão mais documentada da história não para. O jogo nunca termina.”
(Antonio Roberto de Paula)
Rua Pioneiro Domingos Salgueiro, 1415- sobreloja - Maringá - Paraná - Brasil
(44) 99156-1957