Saía da Vila Sete, próximo da Colombo (para valorizar o bairro, passaram a chamá-la de Zona Sete. Que besteira!), e ia a pé até pelos lados da Catedral, cortando pela linha férrea, pulando vagão. Achava o trajeto curto. Agora, percebo que estou envelhecendo em Maringá. Se fizer o percurso hoje, o tempo vai ser bem maior. Não só pelo movimento dos carros, mas principalmente pelas minhas condições físicas, muito aquém daquelas do rapaz dos anos 70 e 80 que batia pernas para todos os lados e nunca se cansava. Como diz o Ira!: “Envelheço na cidade”.
O Novo Centro é que me deixa mais admirado. Parece que faz poucos dias que tiraram o viaduto da São Paulo. Pouco tempo atrás havia o campo da Ferroviária entre a João Paulino e a Horácio Raccanello. Mais acima, os trens faziam manobras. Na outra estação, na imponente rodoviária, movimento intenso de ônibus de diversas empresas e muita gente nas dezenas de lojas e bares. É por essas e tantas outras recordações que percebo que estou envelhecendo na cidade.
Você sabe que está envelhecendo em Maringá quando não encontra mais aquelas paisagens tão tradicionais: prédios, casas, fachadas, avenidas, cinemas e campos de futebol. Lugares que fizeram parte da sua infância e adolescência estão totalmente alterados. E você fica parado, olhando para os lados, lembrando.
Outros cenários surgem e você nem se dá conta. Então você percebe que a cidade mudou de cara. Está mais vistosa, mais encorpada, vibrante, barulhenta. E você se esquece que também mudou, que ganhou rugas, óculos e peso e perdeu cabelos, reflexos e agilidade. É aí que você sabe que aquela Maringá boa-praça, de todo mundo se conhecendo e se cumprimentando ficou no tempo. Você começa a se questionar se também não está ficando mais impessoal, intolerante e amargo. Você afasta a ideia de ter mudado além do rosto e do corpo, mas algo fica cutucando, cobrando mais alegria no olhar.
E você tem uma certeza ainda mais latente de que está envelhecendo em Maringá quando vê rapazes e moças, que há pouco estavam nas fraldas, casando, ocupando cargos. E a certeza é definitiva quando olha para os seus amigos de longa data. Você se reflete neles e vê perfeitamente a inexorabilidade do tempo.
Maringá ficou mais longa, alta, asfáltica, com menos madeira e ruas mais cheias. Eu vou ficando, vivendo, envelhecendo e comparando, recolhendo histórias, enquanto novas pessoas, casas e carros desfilam à minha frente. Amanhã, a cara da cidade e a minha vão mudar de novo. E assim vai...
(Do livro de Antonio Roberto de Paula ´- “Diário dos Meus Domingos”, 2011 – textos publicados no jornal O Diário do Norte do Paraná de 2006 a 2009)
Em 1945, Arlindo e Mário Pedralli compraram uma fazenda de 150 alqueires em Ourizona, depois de venderem uma propriedade de 20 alqueires na cidade paulista de Rancharia. A vinda dos irmãos com suas respectivas famílias a Maringá aconteceu dois anos depois. Em 1947 e 1948, os Pedralli se estabeleceram na cidade até que parte da mata da propriedade fosse derrubada e iniciado o plantio de café.
Na fazenda batizada de S&
Toda vez que passo em frente bate uma forte e bonita saudade. Um bom pedaço da história de Maringá teve o seu epicentro ali. Era a sala vip da cidade, o ponto de encontro das lideranças que na época determinavam rumos.
Lembro-me bem de ter estado lá na fase de acabamento da obra, junto com um grupo de jornalistas. Foi quando conheci o querido pioneiro Joaquim Moleirinho, com quem anos após tive longa conviv&ec
“Portentosos edifícios cobrem o sol, tiram a cada dia um pouco da inocência desta cidade e se exibem de mãos dadas com o verde nos cartões postais”
Entre dúzias de cervejas e tijolinhos de presunto e queijo, estávamos reunidos jogando conversa fora. Ou melhor, de forma descompromissada desfilávamos um mosaico de situações cotidianas. A eloquência advinda do álcool proporciona
Saído da roça, Gumercindo Carniel nunca tinha visto uma máquina como aquela. Arrumara emprego no novo jornal da cidade como faxineiro. Entre uma varrida e outra ficava observando os técnicos da empresa Tejaner, que tinham vindo do Rio de Janeiro especialmente para colocar em funcionamento a máquina duplex e tubular fabricada nos Estados Unidos. Similar a dos grandes jornais da época, essa era rotativa, ao contrário da plana que existia no O Jor
“Quilômetros de papel e rios de tinta imprimem o futebol ao longo dos anos, atravessando gerações. Na era digital, as Imagens avançam pelos céus, rompem todas as fronteiras. As vozes do amor ao futebol ecoam pelo grande campo que é o mundo. Agora, em algum lugar, alguém chuta uma bola. A paixão mais documentada da história não para. O jogo nunca termina.”
(Antonio Roberto de Paula)
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