O que o rádio tocava virava sucesso. Em 1962, eram três as emissoras em Maringá: Cultura, Atalaia e Difusora. E uma grande rivalidade. O jornal era feito para um determinado grupo de pessoas. Já o rádio, com seu fantástico alcance, chegando a todos os rincões, dominava a preferência.
No lançamento da Folha do Norte, Osvaldo Lima estreou a coluna com um nome um tanto quanto esquisito: "Antenando e Discomentando". Nela, Osvaldo trazia os maiores sucessos do eixo Rio-São Paulo. As informações ele tirava, principalmente, das rádios Tupi e Bandeirantes, emissoras que ele ouvia diariamente.
Na primeira edição da Folha, “Suave é a Noite”, de Moacir Franco, liderava a parada de Osvaldo Lima. Sim, porque a organização da parada era do próprio colunista, que fazia a média entre as mais executadas nas emissoras e montava a sua. Moacir Franco, Agnaldo Rayol, Angela Maria, Cauby Peixoto, Altemar Dutra e Frank Sinatra desfilavam constantemente no "Antenando e Discomentando".
Osvaldo gostava de música, mas sua praia era outra. Melhor: seu campo era outro. Era o esporte. Foi no futebol que ele teve as maiores alegrias na profissão. Nascido em 1941, em Monte Santo, Minas Gerais, chegou com a família no Paraná, em 1945. Primeiro em Mandaguari. Veio para Maringá nove anos depois e nunca mais saiu.
Começou a trabalhar, ainda garoto, na Transparaná, localizada nas esquinas da avenida Brasil com São Paulo, onde hoje está a Lojas Americanas. Assim como Verdelírio Barbosa, iniciou a carreira jornalística no O Diário, não o atual, o do Norte do Paraná. Foi no jornal do Zitão, o João Antonio Corrêa Júnior, no final da década de 50, fazendo bico nas folgas da Transparaná.
Escrevia uma coluna em que misturava música e esporte. Além de Verdelírio, seu outro companheiro no jornal do Zitão era Pedro Granado Martinez, hoje empresário do ramo imobiliário, que fazia a coluna social.
Bastante ligado à Diocese, Osvaldo conheceu o padre André, que estava montando com dom Jaime a Folha do Norte e o convidou para escrever uma coluna no novo jornal. Lá ficou até 1965.
Depois de dois anos longe da imprensa, Osvaldo foi bancário e comerciário, mas não se adaptou. Recebeu convite para trabalhar na Tribuna de Maringá, jornal semanal de Manoel Tavares.
Na Tribuna, que ficava na rua Santos Dumont, em frente ao prédio da antiga HM, a Hermes Macedo, entre a rua Basílio Sautchuck e avenida Paraná, a equipe de Manoel Tavares se resumia a Osvaldo e a Lenin Schimidt. Lenin faleceu no dia 12 de dezembro de 2008, aos 75 anos, tendo trabalhado no O Diário do Norte do Paraná e no Jornal do Povo. Em 1999, quando saiu do jornal de Verdelírio, era o responsável pela coluna policial.
Voltando a Osvaldo Lima, seu período foi curto no jornal de Tavares. Em 1968, se transferiu para o O Jornal, então comandado por Ardinal Ribas. O jornal mudou de dono várias vezes, até de nome, mas Osvaldo sempre continuou nele e sempre com Verdelírio Barbosa, que chegaram, numa determinada época, a ser sócios do matutino.
Suas maiores alegrias foram as conquistas do Grêmio Esportivo Maringá, principalmente o título de 1968, na disputa do Robertinho, a segunda divisão nacional do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, competição das mais importantes do futebol brasileiro. O Grêmio venceu o Sport Recife por 3 a 0, em Pernambuco, e Osvaldo estava lá.
Acompanhar o time em outro estado, ainda mais em outra região do País, há 40, 50 anos, era o que se pode chamar de uma grande façanha. Apesar das dificuldades, os jornais A Folha do Norte e O Jornal sempre mandavam seus repórteres para acompanhar os jogos do Grêmio.
A equipe da Folha era uma das mais respeitadas do Paraná e os torcedores de Maringá e da região ficavam ávidos para ler as notícias. Espaços enormes eram destinados ao Galo do Norte.
Osvaldo assistiu a vários jogos fora da cidade trabalhando na Folha.
“Eu lembro que a gente acompanhou o Grêmio, que foi campeão no Campeonato Estadual em 1963. Inclusive lá em Paranaguá, no jogo contra o Seleto. Em 64, o Grêmio participou da Taça Brasil, representando o Paraná, e nós fizemos a cobertura. O primeiro lá em Florianópolis, contra o Criciúma, e o segundo em Curitiba, contra o Metropol, porque naquela época os times, se o campeão estadual era do interior, tinha que mandar o jogo na capital. Então, mesmo naquela época difícil, a gente acompanhava o Grêmio.”
Osvaldo Lima morreu sem se render ao computador. Na sua sala no Jornal do Povo, escrevia, sempre de manhã, a coluna "Em Cima do Lance", sobre esporte amador e profissional, na Olivetti Linea 88.
Até os 62 anos, idade que tinha quando sofreu enfarto fulminante em 19 de dezembro de 2002, gostava de relembrar da época de ouro do Galo do Norte, mas não apenas para ficar se lamentando. Pelo contrário. Sempre acreditou que um dia o Grêmio voltaria a ser forte. Todo movimento na cidade que visasse reerguer o futebol profissional, ele dava o seu apoio.
O mineirinho Osvaldo Lima, que também tinha espaço no coração para abrigar o Vasco da Gama, deu lição ao acreditar, até o fim da vida, na volta dos anos dourados do futebol maringaense. Ele sempre soube que os tempos eram outros, mas jamais desistiu de acreditar. Osvaldo viveu o futebol e neste mundo criou sua história e cultivou amigos.
(Capítulo do livro “O Jornal do Bispo - A História da Folha do Norte do Paraná”, escrito por Antonio Roberto de Paula em 2001)
Olho para a cara do Seu João, e através dela vejo uma Maringá de 40 anos atrás. Em 1966, já achava Seu João um velho. Hoje, constato que ele não era tão velho assim. Eu é que era muito novo, e qualquer cidadão que usasse calças compridas, camisas de colarinho e botasse um cigarro na boca eu chamava de senhor. Ensinamentos de um pai que não escolhia hora nem local para chamar a atenção do fi
Nosso amigo do Museu Esportivo de Maringá, o advogado Reginaldo Aracheski, criador do Memorial do Futebol da Lapa, cidade paranaense histórica, fundada em 13 de junho de 1769, conta a Antonio Roberto de Paula detalhes de um amistoso realizado na Itália, em 1963, entre a seleção daquele país e a brasileira:
'O primeiro, à direita, na foto é Angelo Benedetto Sormani, meu amigo que mora em Roma. Nesse amistoso,
“Ficava um monte de moleques parados, olhando um para a cara do outro”
A gente não podia jogar futebol. Ligar rádio nem pensar. Todo mundo tinha que ficar quietinho em sinal de respeito. No dia mais triste do ano, a gente se limitava a ficar sentado na varanda esperando o passar das horas, torcendo para que elas fossem embora rapidamente. Era um tédio, mas fazer o que? Afinal, Cristo tinha sido crucificado, morto e sepulta
São quase setenta anos no mesmo endereço da avenida Brasil. Maria Dalva Drugovich Ponciano e Nestor Ponciano se casaram no dia 12 de junho de 1946 na paulista Viradouro, cidade natal dela, e vieram para Maringá em 1948, onde seu pai Antonio Drugovich, a mãe Maria Cratel Drugovich e os irmãos já estavam desde 1945.
Antonio Drugovich comprou terrenos na Vila Operária e montou uma oficina.
“Quilômetros de papel e rios de tinta imprimem o futebol ao longo dos anos, atravessando gerações. Na era digital, as Imagens avançam pelos céus, rompem todas as fronteiras. As vozes do amor ao futebol ecoam pelo grande campo que é o mundo. Agora, em algum lugar, alguém chuta uma bola. A paixão mais documentada da história não para. O jogo nunca termina.”
(Antonio Roberto de Paula)
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