Em cartaz no Cine Maringá O Cavaleiro das 100 caras. Estrelando Lex Baker, que tinha deixado de ser Tarzã e tentava continuar com o sucesso fazendo outros filmes de aventura. Baker contracenava com Liana Orfei.
Em 1962, o leitor da Folha do Norte do Paraná podia obter informações sobre cinema na coluna de Otacílio Cabral, um jovem de 18 anos, que com o tempo passou a ser conhecido como Tatá.
Vindo de Santos sete anos antes, Tatá começou no rádio maringaense pouco antes de entrar na Folha. Sua experiência com impresso se resumia a uma coluna do mesmo estilo na Tribuna de Maringá. A música, outra paixão de Tatá além do cinema, também ganhava espaço na coluna.
Conseguir informações sobre os lançamentos musicais não era difícil. Tatá tinha programa de rádio e era discotecário. O problema era com o cinema.
Na década de 1960 os filmes chegavam ao Brasil com grande atraso. O maringaense tinha acesso só depois de terem sido rodados nas principais cidades brasileiras. A Internet estava tão distante que não passava nem pela cabeça dos roteiristas mais visionários. A fonte de consulta era a revista Cinelândia.
De lá, Tatá tirava a maior parte das informações. Ele tenta esconder qualquer traço de sentimentalismo ao recordar seu início no jornalismo, evita frases que revelem o objetivo de valorizar em demasia aquele período e sabe se colocar no contexto histórico do jornalismo maringaense. Mas fala com satisfação da popularidade.
“Eu era conhecido também pelo rádio. Era gratificante porque as pessoas me procuravam para saber na rua: - Escuta, aquele filme que vai passar domingo, realmente é bom? Era gostoso e gratificante e a gente ganhava muito bem por isso.”
Ele não consegue se lembrar do salário. Na Tribuna, fazia a coluna por puro prazer. Já na Folha do Norte, ganhava para ter prazer. No forte esquema empresarial montado pela Folha, Tatá faturava o mesmo que no rádio. O dinheiro decorrente do trabalho de duas tiras diárias era o equivalente às funções de locutor, repórter e discotecário.
Para uma cidade que contava com dois jornais, a Tribuna, que passou de publicação diária à semanal e logo desapareceu, e O Jornal de Maringá, restritos à vida doméstica, sem grandes aspirações, a chegada da Folha do Norte foi comemorada.
O sonho de torná-la a melhor do interior do Brasil contagiou os profissionais da imprensa, deu um novo alento àqueles românticos das letras. A racionalidade da profissão, que trazia o sustento, o prazer de ver impresso o pensamento e o reconhecimento, ainda que restrito para poucos além das divisas do Município, compunham o perfil destes pioneiros da era efetivamente empresarial do jornalismo maringaense.
Aos 64 anos, Tatá Cabral, o editor do O Jornal do Povo desde 1991, amante do rádio, onde apresentou programas diversos sobre esporte, música, cinema, variedades e política na Cultura, Atalaia e Difusora, procura um ponto imaginário na parede para se localizar naquele tempo.
O santista Tatá, da cidade e do clube, com passagem pelo SBT como apresentador de programa de esportes, na década de 1990, sorri para conter a emoção e volta aos 18 anos. Ainda na busca do ponto imaginário, como se o filme de 1962 da Folha do Norte começasse a ser exibido neste momento, ele diz:
“O que mais me marcou foi ver minha coluna impressa. Quando vi minha primeira coluna estampada, aquilo me deu uma grande alegria.”
(Capítulo do livro “O Jornal do Bispo - A História da Folha do Norte do Paraná”, escrito por Antonio Roberto de Paula em 2001)
“João foi de Alberto porque é trissílabo. Achou Carlos fraco diante daquele prenome forte e estranho: Renailton”
Renailton odeia seu nome. Sua mãe gostava das crianças de uma vizinha, o Renato e o Ailton. O pobre Renailton é quem acabou pagando o pato com a homenagem. Está com 27 anos e até agora não se acostumou com o nome Renailton Alberto da Luz. O Alberto foi o pai quem colocou. Em 1
O que o rádio tocava virava sucesso. Em 1962, eram três as emissoras em Maringá: Cultura, Atalaia e Difusora. E uma grande rivalidade. O jornal era feito para um determinado grupo de pessoas. Já o rádio, com seu fantástico alcance, chegando a todos os rincões, dominava a preferência.
No lançamento da Folha do Norte, Osvaldo Lima estreou a coluna com um nome um tanto quanto esquisito: "Antenando e Discomentando&qu
“Portentosos edifícios cobrem o sol, tiram a cada dia um pouco da inocência desta cidade e se exibem de mãos dadas com o verde nos cartões postais”
Entre dúzias de cervejas e tijolinhos de presunto e queijo, estávamos reunidos jogando conversa fora. Ou melhor, de forma descompromissada desfilávamos um mosaico de situações cotidianas. A eloquência advinda do álcool proporciona
Olho para a cara do Seu João, e através dela vejo uma Maringá de 40 anos atrás. Em 1966, já achava Seu João um velho. Hoje, constato que ele não era tão velho assim. Eu é que era muito novo, e qualquer cidadão que usasse calças compridas, camisas de colarinho e botasse um cigarro na boca eu chamava de senhor. Ensinamentos de um pai que não escolhia hora nem local para chamar a atenção do fi
“Quilômetros de papel e rios de tinta imprimem o futebol ao longo dos anos, atravessando gerações. Na era digital, as Imagens avançam pelos céus, rompem todas as fronteiras. As vozes do amor ao futebol ecoam pelo grande campo que é o mundo. Agora, em algum lugar, alguém chuta uma bola. A paixão mais documentada da história não para. O jogo nunca termina.”
(Antonio Roberto de Paula)
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