- Os primeiros jornais e revistas de Maringá tiveram o privilégio de contar com um megaelenco de colaboradores: Dom Jaime Luiz Coelho, Hélenton Borba Cortes, Mário Urbinatti, Túlio Vargas, Ademaro Barreiros, Emílio Germani, Ricarte de Freitas, Luiz Carlos Borba, Ary de Lima, Duque Estrada, Tertuliano dos Passos. E entre eles um que eu costumava chamar de Dom Altino, talvez porque o achasse com jeito de príncipe – o Doutor Altino Borba.
Paranaense de Palmeira, o Doutor Altino formou-se em Direito em 1940 pela Universidade Federal do Paraná. Veio para Maringá no comecinho da década de 1950, porém já chegou aqui com uma biografia bem substantiva. Em Curitiba, no tempo de estudante, havia sido craque de futebol (bicampeão pelo Atlético Paranaense – 1929-30), depois árbitro, cronista esportivo, e durante alguns anos funcionário da Rede Ferroviária Federal. Em Guarapuava, foi vereador, prefeito e suplente de deputado estadual.
Em Maringá, pela sua competência jurídica e notável talento como orador, logo de início conquistou a admiração da comunidade pioneira. Foi também o primeiro professor de língua portuguesa no Ginásio Municipal (precursor do Colégio Estadual Gastão Vidigal) e um dos diretores da Sociedade Telefônica do Paraná, juntamente com o empresário e depois deputado Ardinal Ribas. Nessa função, participou da implantação da telefonia automática na cidade.
Com tanta atividade, Doutor Altino ainda achava tempo para ser jornalista, poeta e apaixonado torcedor do nosso velho e glorioso Grêmio. Escreveu para todos os jornais e revistas que aqui circulavam na época e por longo tempo foi o orador do antigo Clube de Rádio e Imprensa de Maringá, cujo presidente era o inesquecível Ivens Lagoano Pacheco.
Poeta de nascença, deixou um belo acervo de trovas, sonetos e poemas livres e ajudou muito nos primeiros eventos literários da cidade. Lembro-me de um concurso nacional de trovas em que ele presidiu a comissão julgadora. Como vieram mais de mil trovas do Brasil inteiro, Doutor Altino propôs que um de nós fizesse a leitura de uma por uma, em voz alta, para que selecionássemos as melhores como finalistas. Mas qual seria o critério?
Ele explicou: “As que, ao serem lidas, provocarem um arrepio serão consideradas boas; as demais serão de pronto deixadas de lado”. Estava assim inaugurado o “arrepiômetro” como método de avaliação de poesia. E querem saber de uma coisa?... Deu certo. As dez classificadas como vencedoras eram realmente ótimas. Grande Doutor Altino.
De futebol ele gostava tanto que, num certo dia em 1966, sem nenhum rodeio, chegou em casa e perguntou a Dona Stella: “Topas ir à Inglaterra ver a Copa?”. Ela topou. Foram. Na volta ele contou tudo num livro-reportagem que fez enorme sucesso: “Maringá na Taça do Mundo”.
Amou o Grêmio até o último minuto de sua linda vida. Infartou no dia 14 de fevereiro de 1982, no Estádio Willie Davis, no momento em que o Galo do Norte fez o segundo gol contra o Internacional de Porto Alegre, na vitória por 2 a 0. Foi um dos homens mais queridos da história de Maringá.
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(Crônica publicada no Jornal do Povo - Maringá – 24-9-2020)
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Grêmio Esportivo Maringá, bicampeão paranaense 1963-64: Roderley, Célio, Vitão, Oliveira, Edson Faria, Nico, Pinduca e Maurício; Danúbio, Garoto, Edgar, Zuring, Luiz Roberto e Fifi.
"Comecei a jogar no famoso Gegê, o Grêmio Estudantil Ginásio Estadual, onde hoje é o Instituto de Educação. A gente tinha um time lá que não perdia pra ninguém: Os Gigantes. A primeira partida que joguei no futebol de salão foi no Country Clube, numa quadra de vôlei. Nem cimento era. Era pedrisco. Joguei pra Umes contra o Country." Assista no youtube o documentário 'Histórias que a bola pesad
Nivaldo Carneiro, com a camisa 10 do Grêmio Maringá, em 1977, campeão paranaense. Depois, o canhotinha foi brilhar no Atlético Paranaense, e hoje mora em Curitiba onde é engenheiro civil.
Cumprindo uma extensa agenda em Maringá, no dia 23 de fevereiro, o presidente do CREF9/PR, Conselho Regional de Educação Física do Paraná, Antonio Eduardo Branco, esteve no Museu Esportivo de Maringá. Na visita agendada por Agnaldo Luiz Baldo, da Secretaria do Esporte e do Turismo do Paraná, Branco se emocionou ao ver fotografias, camisas, fâmulas, faixas e troféus das décadas de 1960 e 1970. Nascido em Maringá, tendo
“Quilômetros de papel e rios de tinta imprimem o futebol ao longo dos anos, atravessando gerações. Na era digital, as Imagens avançam pelos céus, rompem todas as fronteiras. As vozes do amor ao futebol ecoam pelo grande campo que é o mundo. Agora, em algum lugar, alguém chuta uma bola. A paixão mais documentada da história não para. O jogo nunca termina.”
(Antonio Roberto de Paula)
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