Grupo de amigos do Museu Esportivo de Maringá viajou na quarta-feira (20) para o Mato Grosso onde fará amistosos em Cuiabá e em Várzea Grande.
Em Cuiabá, no sábado, jogo na Academia R9, franquia de Ronaldo Fenômeno, dirigida pela família do professor Gabriel Kara Neto.
Em Várzea Grande, no domingo, a equipe veterana do MEM jogou no distrito de Bom Sucesso contra a equipe local e venceu por 5 a 4.
Esta é a segunda excursão do Museu Esportivo de Maringá para o Mato Grosso, tendo Valter de Souza e Adilson Fischer, o Bolinha, como organizadores, sendo o professor Gabriel Kara Neto o anfitrião. A anterior foi em 2020.
Sob a chancela do MEM, também foram promovidas outras duas excursões para São Francisco do Sul-SC.
'Agradecemos ao professor Gabriel pelo apoio ao Museu Esportivo, sempre participando dos nossos eventos e atividades, e novamente ele nos convida para irmos ao Mato Grosso para mais uma reunião festiva de ex-jogadores amadores e profissionais' , afirma Antonio Roberto de Paula, diretor do MEM.
Gabriel Kara Neto, apoiador do Museu Esportivo de Maringá, educador físico, radicado há mais de 40 anos no Mato Grosso, trabalhou em Maringá em estabelecimentos de ensino e associações e, no Grêmio de Esportes Maringá, nas categorias de base e no profissional. Kara Neto fez parte da comissão técnica do Galo do Norte campeão paranaense de 1977 e, ainda no clube, foi campeão amador e júnior.
Valter de Souza agradece o apoio dos amigos do MEM: 'Temos um grupo muito unido e participativo, o que possibilita organizarmos essas excursões. Agradecemos a adesão dos amigos do Museu Esportivo nas nossas promoções, sempre atuantes.'
TEXTO DE ANTONIO ROBERTO DE PAULA, DIRETOR DO MUSEU ESPORTIVO DE MARINGÁ:
Bons dias, amigos do Museu Esportivo de Maringá.
Deus sabe todas as coisas
Agora, 1h44 do dia 25 de abril de 2022. Estamos no ônibus de volta para Maringá. Saímos no dia 20, quarta-feira, tendo Cuiabá e Várzea Grande como destino. Quarenta e oito amigos do Museu Esportivo de Maringá empreenderam mais uma longa viagem até o Mato Grosso.
Valter de Souza, o Valter PC, e o Adilson Fischer, o Bolinha, foram os organizadores desta quarta excursão com o carimbo do MEM.
O pessoal dorme, tudo escuro. Poucos roncos, mas alguns barulhentos. Às vezes um levanta pra dar um mijão. Fui agora. Por lei, o ônibus não pode passar dos 90, mas pelo balanço parece mais veloz.
Começamos a viagem de volta as 3 da tarde. Até agora uma parada só, num lugar muito ruim. Deus que me perdoe.
Não tinha tomado nada no domingo até entrar no ônibus.
Estava com duas garrafas de vinho seco, um tinto e um branco. Tomei o tinto e dei umas goladas no branco.
Cochilei umas duas horas e cá estou teclando neste escuro.
Tô tentando fazer um balanço destes dias intensos, tensos, divertidos, cansativos, marcantes, com horários desobedientes, de poucos exercícios físicos, de passeios, de muita comida fora de hora, de bebida em qualquer hora, de sonos atrasados e contato com motoristas de Uber de personalidades diversas, tranquilos (poucos), acelerados e bons contadores de histórias em sua maioria.
Lembro das conversas com os companheiros de viagem, as tais resenhas, como diz a boleirada. Acho este termo 'resenha' por demais gasto. Nunca uso, mas vai lá.
Agora, 2h18. Estamos em Campo Grande. Valdir Bocão desce. Ele mora aqui e foi com a gente. Grande figura.
Dos 48, não conhecia uns cinco, seis. Conhecia, mas não trocava ideia com outro tanto.
O cara do banco da frente que vim a conhecer é o Devanir, farmacêutico há décadas. Mudou de ramo, mas mantém o atendimento para os chegados. Trouxe um kit farmacológico. O ar condicionado no 23 no quarto que fiquei, com meu irmão Augusto e o primo Reinaldo, complicou minha garganta, mas dois comprimidos que esqueci o nome, dados pelo Devanir quase zerou p problema.
Na camiseta de viagem do Devanir está escrito 'Moisés' na parte de trás. No primeiro dia fui chamá-lo e gritei três vezes 'Moisés'. Ele não olhou pra trás. Pensei, deve ser surdo, deixa quieto
Foi aí que descobrimos que foi erro da fábrica a inscrição 'Moisés' nas costas.
Informaram que 'Moisés' era Moisés Bispo dos Santos, que não estava no ônibus, mas estaria conosco.
Então nas costas da camisa do Moisés estaria 'Devanir'?
Exatamente.
Mas a gente passou a chamar o Devanir de Moisés.
Agora, 2h39, ônibus no escuro, mas a paradinha pra descida do Valdir animou os notívagos para as resenhas (eita palavrinha gasta).
Voltando ao Moisés, o verdadeiro. Não o conhecia pessoalmente. Sabia que tinha jogado no júnior do Grêmio Maringá. Sabia que era radialista, gostava de escrever e residia em Arenápolis, Mato Grosso. Era membro do nosso grupo no Facebook, Amigos do Museu Esportivo de Maringá.
Tenho que esclarecer que a viagem foi um convite do professor Gabriel Kara Neto, fazendeiro no Mato Grosso, parceiro do MEM, professor de educação física e que trabalhou entre os anos 1970 e 80 no futebol profissional de Maringá.
Assim como aconteceu em 2020, fomos à chácara dele, no distrito de Bonsucesso, em Várzea Grande. No domingo, os veteranos do Museu venceram o time local por 5 a 4 e o Moisés envergou a gloriosa jaqueta azul do MEM por alguns minutos. O Devanir contou pra gente que o Moisés lhe pediu o tênis emprestado, mas ele acabou usando o 39 do Tony, mesmo o pé do Moisés sendo 41.
No sábado, estivemos no R9, franquia do Ronaldo Fenômeno, que em Cuiabá é do Marcelo, filho do professor Gabriel.
Lá, o Moisés homenageou o Gabriel.
O ônibus deu uma parada. Ainda estamos em Campo Grande. 3h01. Agora, 3h43.
Falava da homenagem. Um quadro com uma foto de um time júnior do Grêmio de Esportes Maringá. Nela estão o Moisés e o treinador Kara Neto. O Valter PC leu a mensagem, o Moisés falou do Gabriel, o Gabriel falou do Moisés e dos anos passados em Maringá que ele revive em ocasiões como aquela.
Também discursei. Repetitivo como sempre nessas ocasiões. Agradecer, agradecer...
Porque é preciso. Porque sou muito grato às pessoas que fizeram o Museu Esportivo existir e permanecer.
Tomei umas garrafinhas de Ice enquanto o Corinthians tomava um sacode do Palmeiras.
Chovia. Muito. R9 ficou na história do MEM de novo.
Moisés chegou pra mim, e como havia feito na quinta-feira, disse; 'Revista, revista, você tem que fazer uma revista'. Moisés romântico, acreditando ainda no impresso.
3h58. Luz acesa no ônibus.
Muitas imagens vem à mente. Muitas brincadeiras, algumas discussões.
Viagens assim não relaxam, criam tensões, mas, ao mesmo tempo surge o espírito da camaradagem a partir da percepção que está todo mundo no mesmo barco, no caso, no mesmo ônibus, e nesta história, na mesma paixão pelo futebol, pela festa, na busca da alegria.
Imagine 48 caras das mais diferentes personalidades reunidos. Alguns se conhecem há 40, 50 anos, outros há alguns meses, alguns dias.
Então, são amizades já estabelecidas outras em formação. Um caldeirão de situações que se revezam e tornam o ambiente harmônico, mas sujeito a trovoadas.
E o Moisés sofreu um AVC na chácara do Gabriel quando todos se confraternizavam. Foi socorrido, levado ao hospital em Várzea Grande e lá morreu.
Uma ruptura naquele ambiente festivo do domingo em Bonsucesso. Tudo passou a ter menos importância depois da notícia.
Ele não estava no ônibus, mas era um de nós. Todo mundo pensou na família.
Bateu aquela vontade de chegar logo em casa.
A nossa festa acabou ali.
O conforto é saber que novas festas virão e que o Moisés, que deveria estar reivindicando um naco de reconhecimento ao escolher a foto do seu time na homenagem a Gabriel, entrou na história do Museu Esportivo de Maringá no dia 24 de abril de 2022 e deixou uma eterna lembrança na vida da gente.
O texto pra falar da viagem não era pra ser assim. Mas Deus quis assim.
São 4h29, segunda-feira. Antes do meio-dia devemos chegar em Maringá depois de 2.500 km de estrada e de muitas histórias marcantes ou não para cada um dos passageiros.
Novas imagens desses dias. Agora, 4h45. O sono chegou.
Deus nos abençoe!
Descanse em paz, Moisés Bispo dos Santos.
Seja o primeiro a comentar.
Crédito da foto: IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Nosso amigo Gilmar Real fez a doação de duas carteirinhas antigas para o Museu Esportivo de Maringá. Uma de 1971, quando ele era jogador do time juvenil do Grêmio Esportivo Maringá; e a outra da década de 1980, quando ele atuou na equipe amadora do Grêmio de Esportes Maringá. Gilmar, que jogava o fino da bola nos gramados, também se destacou no futebol de salão, sendo presença obrigatória nos selecionados maring
Nosso amigo Ortilio Carlos Vieira, o Tilinho, um especialista da história do Grêmio de Esportes Maringá, esteve no Museu Esportivo e levou várias camisas para o nosso acervo, entre elas a que pertenceu ao lateral-direito do Galo do Norte, Éder Taino, em 1992. Tilinho também doou uma faixa de campeão do Grêmio Maringá, campeão da Copa Paraná, em 1999. Colecionador de camisas históricas de clubes maring
Década de 1960, Construção da arquibancada da parte coberta do Estadio Willie Davids, em Maringá.
“Quilômetros de papel e rios de tinta imprimem o futebol ao longo dos anos, atravessando gerações. Na era digital, as Imagens avançam pelos céus, rompem todas as fronteiras. As vozes do amor ao futebol ecoam pelo grande campo que é o mundo. Agora, em algum lugar, alguém chuta uma bola. A paixão mais documentada da história não para. O jogo nunca termina.”
(Antonio Roberto de Paula)
Rua Pioneiro Domingos Salgueiro, 1415- sobreloja - Maringá - Paraná - Brasil
(44) 99156-1957