O amigo do Museu Esportivo, Valdecir Guidini de Morais, conta a história do inquérito policial sobre a morte do zagueiro Vágner Bacharel (1954-1990), do Paraná Clube:
O infeliz processo que apurou a morte do jogador Vágner, o “Bacharel”.
No ano de 1991, de Paranavaí fui promovido à Comarca da capital do Estado. Iniciei minha atribuição como Promotor Substituto de Entrância Final, na 11ª. Vara Criminal de Curitiba. Nesta Vara, por força de distribuição, chegou-me às mãos um inquérito policial rumoroso, pois a investigação policial tinha como escopo apurar a morte de um jogador de futebol do Paraná Clube, equipe recém-fundada – considerando a fusão dos times do Colorado e do Pinheiros -. Por força desta união é que a camisa do time tem as cores, metade vermelha (Colorado); e a outra metade azul (Pinheiros). Sobre a minha mesa de trabalho foi colocado o volumoso inquérito policial. Passei a analisá-lo, pois a imprensa de Curitiba e também a imprensa Nacional, buscava informações sobre a misteriosa morte do jogador. Wagner, o “bacharel”, era um mulato de 1,90 m (parecido com o goleiro Bruno, do flamengo). Jogava de zagueiro e era um excelente cabeceador. Em razão da fundação do time do Paraná Clube, vários jogadores da elite do futebol brasileiro, foram contratados. Entre eles, vindo do Palmeiras, o jogador falecido. Sua morte, segundo consta, ocorreu em face de um choque, de cabeça, com um jogador do time adversário (Campo Mourão) chamado “Charuto”. Wagner, quando ocorria uma situação de jogo aéreo, na área do adversário, sendo uma falta ou escanteio, por exemplo, tinha a incumbência de deixar a zaga e aventurar-se no cabeceio. Como era alto, habilidoso, e tinha uma boa impulsão, chegou a marcar vários gols. Só que, em uma tarde de domingo, no Estádio Dorival de Brito e Silva, na Vila Capanema, chocou-se violentamente com a cabeça do jogador adversário. Atendido que foi de imediato, pelos dois médicos ortopedistas do clube, considerando que o seu estado era grave, com urgência e de ambulância foi removido ao Hospital Evangélico. Neste nosocômio, à época, não havia tomógrafo, sendo que apenas radiografias das regiões lombar e cervical, foram realizadas. Só que a “pancada” - conforme foi dito – ocorreu na região da cabeça, e, como curial, o caso necessitava da intervenção urgente de um especialista em neurologia. Mas, continuaram os médicos ortopedistas a atendê-lo. As radiografias realizadas deram negativas e como o atleta apresentou uma pequena melhora, os médicos do clube, após medicá-lo com “Vallium” - que é uma espécie de calmante – (e todos nós leigos sabemos que quem bate a cabeça tem que ficar ativo e acordado), deram-lhe “alta” e o jogador foi para casa. Já no dia seguinte, bem cedo, retornou ao hospital. Diagnóstico: morte cerebral. Levado a outro hospital (Cajuru) para a serôdia realização da tomografia computadorizada, constatou-se que o mesmo tinha uma fratura craniana que se iniciava na face (local do choque) e ia até a região occipital, com extensão de 18,00 cm (um palmo). Considerando que este não teve o atendimento correto e necessário, no dia anterior, formou-se um grande coágulo, gerando um gravíssimo edema cerebral, ocasionando-lhe – em face da absurda negligência e imperícia médica – a morte. Imediatamente, ofereci a denúncia, incriminando os profissionais da medicina, e, além disso, pedi o encaminhamento de peças do inquérito ao C.R.M. (Conselho Regional de Medicina); além de orientar a família da vítima (oriunda do RJ) para o ingresso da devida ação indenizatória. Lembro-me que em um só dia (quando do oferecimento da denúncia) dei mais de vinte entrevistas, inclusive ao Jornal Nacional. O caso “Wagner, o bacharel” como ficou conhecido, teve repercussão local, nacional e internacional. Certo dia, caminhando pela Rua das Flores (Rua XV), deparei-me com um jornal de grande circulação em Curitiba, o qual mostrava na primeira página (capa), uma foto minha, bem grande, com a seguinte manchete: “Promotor recém chegado do interior do Estado “ferra” os dois médicos”. Na verdade, pretendi narrar este acontecimento fatídico, para demonstrar que já, naquela época, o atendimento médico era falho, precário e deficitário, pois, se isto ocorreu com um famoso jogador de futebol (com a imprensa dando total cobertura ao caso) imaginem os senhores o que ocorreria com um cidadão comum, pobre e necessitado. Sem dúvida, infelizmente, este ser morreria à míngua. Outro fato relevante que me levou a relembrar o episódio, é que, recentemente, com muito pesar, tomei conhecimento de que os médicos não foram punidos pelo C.R.M.; que a família da vítima não recebeu indenização; e, pasmem quanto ao crime ocorreu a prescrição. Não tenho dúvida de que, infelizmente, os Poderes Constituídos da nossa República, não estão (corretamente) cumprindo as suas obrigações.
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1989 - Seleção de futsal de Maringá, campeã dos Jogos Abertos do Paraná disputados em Pato Branco. Pela primeira vez Maringá conquistou a medalha de ouro na modalidade. A histórica equipe era comandada por Roberto Macoto. #museuesportivodemaringa #amigosdomuseuesportivo
Estádio Municipal Antônio Massarelli, de Goioerê, estado do Paraná. Capacidade para 1.600 pessoas.
Exemplar da obra doada ao MEM.
O jornalista e escritor Dirceu Herrero Gomes é o autor do livro “Adelaide Colombari – Semeadora de escolas”, publicado esta semana. Grande parceiro e incentivador do Museu Esportivo de Maringá, Herrero doou ao MEM um exemplar da obra que conta a história da professora Adelaide Colombari. A biblioteca do MEM conta com vários títulos de autoria de Dirceu Herrero Gomes. São obras biogr&aacut
Morando em Maringá e fazendo mestrado na UEM, o carioca Márcio Ferreira da Cunha esteve no Museu Esportivo de Maringá em companhia do amigo Cássio Marcelo de Oliveira Alves no dia 2 de abril de 2019. Nesta sua primeira visita, Márcio fez a doação de uma peça de grande valor afetivo para a sua família: um boné do América Football Club, o alvirrubro do Rio de Janeiro, que pertenceu ao seu avô, Oldevar Gomes
“Quilômetros de papel e rios de tinta imprimem o futebol ao longo dos anos, atravessando gerações. Na era digital, as Imagens avançam pelos céus, rompem todas as fronteiras. As vozes do amor ao futebol ecoam pelo grande campo que é o mundo. Agora, em algum lugar, alguém chuta uma bola. A paixão mais documentada da história não para. O jogo nunca termina.”
(Antonio Roberto de Paula)
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