Na segunda-feira passada, dia 4, fui com meu irmão Augusto até Engenheiro Beltrão, no velório do Seu Tula, querido amigo da nossa família, compadre do meu saudoso pai Milton e da minha mãe rita. Seu Tula, pioneiro beltronense, o moço da cidade paulista de General Salgado, faleceu aos 96 anos.
Apaixonado por futebol, pelo Palmeiras, pela Associação Esportiva Recreativa de Engenheiro Beltrão, do qual ele foi técnico, diretor, presidente e várias outras funções, Seu Tula era do Bar Central, estabelecimento de madeira, de várias portas, que vivia lotado nos anos 60 e 70. Bar que rivalizava com o Ponto Chic, um perto do outro, na avenida principal, bem no coração da pequena cidade.
Seu Tula, que foi vice-prefeito do Município, era casado com a Dona Lourdes, falecida há mais de 20 anos. Vou fazer uns parênteses para falar sobre a Dona Lourdes, parênteses bem amplos, esticados, merecidos. Dona Lourdes tinha olhos claros, pele bem clara, sorriso constante. Seu nome era Lourdes e trabalho o seu sobrenome. Ajudava o marido no bar, cuidava dos filhos Zezé, Jair, Gerson, Solange e Astoril e cuidava da casa que ficava nos fundos do bar.
Lembro com muito carinho da Dona Lourdes, que fazia o doce de banana mais gostoso que já comi na vida. Um dado marcante é que o nosso aniversário é no mesmo dia e mês: 17 de junho. Jamais esqueci. No dia do velório lembrei a Solange disso e ela sabia. A gente ia sempre na casa dos Tomaz naqueles anos 60. Eu e minha família. Enquanto o meu pai ficava no bar tomando Brahmas, fumando Continental e papeando com os amigos, minha mãe, eu e meus irmãos ficávamos lá no fundo.
Grande amizade, tanta que o meu pai deu o Amilton, um dos meus irmãos, para o Seu Tula e a Dona Lourdes batizarem. O Amiltinho, como os padrinhos o chamavam. Lembro do corredor escuro que ligava o bar à casa, do quintal onde a gente batia bola. Muitas lembranças.
Indo para o velório, estes pensamentos estavam comigo. Junto deles o fato de que, com a morte do Seu Tula, eu estaria simbolicamente me despedindo de Engenheiro Beltrão, onde moramos nos anos 60 e depois voltamos para Maringá. Temos amigos queridos lá, meu irmão está sempre em contato. Eu, já fazia mais de 20 anos que não ia a Beltrão. Talvez pelo fato de ter ido estudar fora e morar com meus avós em Maringá a partir de 1968, o vínculo não tenha sido consistente. Por isso, o Seu Tula, a Dona Lourdes e seus filhos são as presenças mais fortes na minha memória.
No velório, o Miolla, casado com a Solange, pôs a camisa do Engenheiro Beltrão nos pés do caixão. Bela homenagem. Senti a falta de uma camisa do Palmeiras. Nisso o genro corintiano não pôde e também não quis ajudar. Mas, principalmente, senti falta da bandeira do município para reverenciar o querido pioneiro, que foi autoridade na cidade. Pelo menos até as 10 da noite não tinham colocado. Na despedida, abracei a Solange, o Jair, o Gerson (eterno garoto), o Astoril, o Miolla, os demais familiares, os amigos antigos, os conhecidos antigos dos quais não me lembrava e nem eles de mim.
Por mais triste que tenham sido aquelas horas velando o Compadre Tula, saí com uma boa sensação de retorno ao passado, alegre por rever tantas pessoas queridas e a certeza de que, por mais distante que eu esteja de Engenheiro Beltrão, sempre vou guardar com carinho a cidade que uniu para sempre as famílias De Paula e Tomaz.
Um eterno abraço ao moço que veio de General Salgado. E repetindo Fiori Gigliotti: “Fecham-se as cortinas e termina o espetáculo”.
Seu Tula foi sepultado na terça-feira, dia 5, no Cemitério Municipal de Engenheiro Beltrão no jazigo da família, junto com a Dona Lourdes.
Fotos: Seu Tula no time veterano de Engenheiro Beltrão nos anos 60, com equipes da Associação Recreativa e Esportiva de Engenheiro Beltrão, com meu irmão Augusto e carteirinha de sócio de 1964 do Grêmio Esportivo Maringá.
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O Museu Esportivo de Maringá fica na avenida Pioneiro Domingos Salgueiro, nº 1415, esquina com avenida Carlos Borges, Jardim Guaporé.
O Divino, que joga no sábado (8), no time máster do Palmeiras, no estádio Willie Davids, contra o Esporte Clube Operário no amistoso comemorativo dos 40 anos do clube maringaense, estará conhecendo o MEM e recebendo os fãs para autógrafos e fotos nesta sexta-feira (7).
Palme
Ex-jogador das categorias de base do Grêmio de Esportes Maringá e do Maringá Futebol Clube da década de 1990, onde também atuou profissionalmente, Herivelton Freitas esteve no Museu Esportivo de Maringá no dia 25 de fevereiro de 2021 junto com seu filho Herivelton Freitas Junior. Amigo do MEM, participante do grupo “Amigos do Museu Esportivo” no Facebook, Herivelton fez doação de importantes peças que contam a h
Os saudosos corinthianos: Baltazar 91926-1997), o Cabecinha de Ouro, campeão paulista do 4º Centenário, que ensinou o nosso amigo do MEM, Carlos Alberto Garcia, cabecear; e o médico e comentarista Osmar de Oliveira (1943-2014). Foto da década de 1980.
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“Quilômetros de papel e rios de tinta imprimem o futebol ao longo dos anos, atravessando gerações. Na era digital, as Imagens avançam pelos céus, rompem todas as fronteiras. As vozes do amor ao futebol ecoam pelo grande campo que é o mundo. Agora, em algum lugar, alguém chuta uma bola. A paixão mais documentada da história não para. O jogo nunca termina.”
(Antonio Roberto de Paula)
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