Acervo do MEM / Edgar Belizário com os amigos do Museu Espo

Desde que criamos o Museu Esportivo de Maringá tinha em mente trazer o grande ídolo da torcida maringaense dos anos 1960, o campeão paranaense e brasileiro pelo Grêmio Esportivo Maringá, o artilheiro Edgard Belisário, para visitar o endereço da memória esportiva.
Volta e meia ele vem a Maringá visitar familiares, mas nunca dava certo.
No final do ano passado, pensei em falar com o amigo Serraria, o Edvaldo Alves da Silva, que é amigo do Antonio Carlos Maciel, de Ponta Grossa, que, por sua vez, é amigo de Edgard, para irmos até aquela cidade, fazer uma entrevista, fotos e vídeos com o lendário jogador, que fez parte da minha infância de torcedor.
Chegamos em 2020 e disse para mim mesmo: deste ano não passa. Mas não precisamos ir a Ponta Grossa. No dia 20 de fevereiro, quinta-feira, à noite, por volta das 21h30, recebi uma ligação do amigo Rozerval Treimam, o Val, um apaixonado pelo Grêmio Maringá. Ele me disse que o Edgard estava em Maringá, iria passar o período de Carnaval na cidade, e queria conhecer o Museu Esportivo. Fiquei animado e mãos à obra.
Logo entrei em contato com o cunhado dele, o Jairo. Em vez de sexta, sugeri o sábado de manhã, dia em que os amigos frequentam o MEM. Fiquei sabendo depois, por intermédio do próprio Edgard, que o Antonio Carlos Maciel, nosso amigo no grupo do Facebook 'Amigos do Museu Esportivo', insistiu para que ele conhecesse o nosso espaço.
Então passei a convidar os amigos para recepcionarmos o goleador, o cara que fez dois gols no lendário Lev Yashin, o Aranha Negra, naquele amistoso histórico de 1966, no Willie Davids, em que o Grêmio venceu por 3 a 2; o cara que é lembrado todas as vezes em que se comenta sobre os maiores ídolos da história de Maringá. Milhares de jogadores passaram, outros milhares passarão, mas alguns ficam. Nesta seleta lista, Edgard Belisário é um dos que ficam eternamente na memória.
Os primeiros convidados foram seus parceiros de saga: Roderley, Maurício Gonçalves, Oliveira e Celião. Infelizmente, não conseguimos levar os dois últimos. Oliveira, que se recupera de um AVC, já esteve várias vezes no MEM, o Célio ainda não. Mas qualquer hora dessas vamos conseguir. Nem precisava ter convidado o Roderley e o Maurício. Grandes parceiros e colaboradores do Museu Esportivo, figuras queridas que sempre estão nos apoiando, eles já sabiam da novidade.
Na manhã de sábado, às 10 horas, conforme combinado, chegou Edgard, acompanhado do Maurício e do Zé Augusto, seu amigo de muitos anos e que jogou futebol de salão na seleção de Maringá, futebol em clubes amadores da cidade e da região e, inclusive no profissional. Logo depois chegou Roderley acompanhado do querido casal Ademir-Feliz.
Pronto. Estava formado o encontro memorável. E a cada momento chegava um amigo. Um dia de celebrar a vida, o futebol e quem fez história.
Edgard ficou admirado com o grande volume de relíquias do nosso acervo, disse que não imaginava que o MEM tivesse tantas peças. A primeira foto que fizemos do artilheiro foi em frente ao seu pôster gigante doado pela Unicesumar. Depois chamamos o trio de campeões para posarem junto à placa do time bicampeão paranaense de 1964 em que eles estão presentes.
Em seguida teve início a tietagem explicita. Amigos do Museu Esportivo que nunca viram Edgard Belisário, Roderley e Mauricio Gonçalves jogando, queriam conversar com eles, fazer fotos... Todos sabiam que estávamos diante da história viva do futebol profissional de Maringá, do Paraná. Amigos que o conheciam muito bem, da porta de casa, outros que chegaram a jogar no amador com ele depois de pendurar as chuteiras no profissional, também foram levar seu abraço.
Edgard agradecia o carinho dos torcedores que, pela simpatia e humildade do antigo jogador, logo se tornou um amigo. Muitos casos, histórias, recordações. Misto de alegria e saudade. Saudade de um tempo em que o estádio Willie Davids lotava e que o time alvinegro mostrava sua força diante de todos os adversários, ganhava títulos.
Naquele sábado, dia 22 de fevereiro de 2020, alguns personagens daquela época de ouro se confraternizaram com torcedores de idades diversas, irmanados na paixão pelo futebol. Mais um dia histórico para o Museu Esportivo de Maringá.
No domingo, dia 23, faríamos um “rachão” dos veteranos amigos do Museu Esportivo no campo do Sindicato dos Bancários de Maringá, que nos foi cedido pela entidade, parceira do MEM. Fizemos o convite para que Edgard fosse até lá para o pontapé inicial.
E ele foi. Quem não pode ir ao Museu Esportivo no sábado, foi no domingo abraçar o Edgard, fazer fotos, contar histórias. Foram muitas fotos, histórias e abraços. Teve discurso no meio do gramado. Aldi César Mertz, parceiro do MEM, falou da importância do Edgard para Maringá e região. O artilheiro ficou emocionado, agradeceu, agradeceu...
Lembro do amigo Márcio Grego chegar para ele e dizer: “Meu pai não pode vir te abraçar, mas eu vim. Ele me disse que só foi duas vezes ao Willie Davids, e nas duas para te ver jogar. Nunca mais foi. Eu não podia perder esta”. Aí se abraçaram.
Ali, no campo do Sindicato dos Bancários, me despedi do Edgard, agradeci a visita e fui embora. No caminho, respirei aliviado. Recebemos muitas pessoas, maringaenses que levaram e levam o nome da cidade para muitos lugares, amigos queridos que nos ajudam a tornar o Museu Esportivo cada dia mais forte; recebemos pessoas de renome nacional, até internacional, no MEM, mas faltava o artilheiro Edgard. Faltava o “Mula Manca”, como era apelidado, por mancar daquele jeito dissimulado, como não quisesse nada com a bola e, de repente, vai lá e faz um, faz dois, três, para a alegria da torcida. Faltava o artilheiro, matador, letal, decisivo, não importava o nome do goleiro ou o nome do time. Faltava o eterno ídolo que, junto com seus companheiros, foi o maior veículo de propaganda daquela cidade de pouco mais de 100 mil habitantes, que viria a ser grande, representativa. Não falta mais. Edgard Belisário, 82 anos, foi ao Museu Esportivo de Maringá. Uma honra para todos nós.
(texto de Antonio Roberto de Paula, diretor do Museu Esportivo de Maringá)
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