A edição diária era feita a toque de caixa, mas as que iam sendo guardadas mereciam todo o esmero dos redatores. No dia 29, um sábado, O Diário veio com a manchete “Brasil e Argentina, arte contra garra".
O time do Brasil disputava a Copa do Mundo da Alemanha e no domingo jogaria com a Argentina. A Folha do Norte não circulou naquele sábado. Deixou para domingo o material que havia sido arquivado.
O grande assunto naqueles meses em Maringá era a sucessão do reitor na UEM (Universidade Estadual de Maringá). Não havia eleição para o cargo. Quem nomeava era o governador. José Carlos Cal Garcia queria continuar no cargo, mas várias lideranças, de dentro e de fora da universidade, se empenhavam pela sua saída. Assis estivera dias antes no Palácio do Iguaçu e ficara sabendo que Rodolfo Purpur era o nome mais forte para assumir.
Rubens Ávila, o editor do O Diário, amigo de Purpur, sabia da notícia, mas temia colocar uma manchete daquelas. E se o governador, Emílio Gomes, na época, voltasse atrás? Como ficaria o jornal recém inaugurado?
Prudentemente, Ávila se preocupou em dar notícias da Seleção Brasileira. A manchete atrevida foi dada pela Folha: “Purpur: o reitor”. Assis, sempre tão ponderado, desta vez, com o apoio da redação, fugiu de suas características. Diante da situação, Antonio Augusto de Assis arriscou.
“A Folha precisava naquele dia de uma manchete que marcasse, né? Não era para pôr. O próprio Purpur pediu para não dar a notícia para não atrapalhar. Eu disse para o Elpídio: -Vamos esquecer este bom-mocismo nosso e vamos dar esta manchete. Por sorte nossa confirmaram o nome de Rodolfo Purpur. O Rubens Ávila não acreditava que a gente fosse ousado de pôr a notícia antes da hora. Ele levou o furo porque foi cavalheiro com o Purpur. Ele empenhou a palavra dele que não ia dar e não deu. E nós não quisemos saber disso.”
Elpídio comenta o fato com grande satisfação. Para ele, era uma prova de que a Folha não estava morta e tinha condições de brigar.
“A polêmica naquela época não era a questão do Rivelino, era a questão da universidade. A edição da Folha esgotou e nós circulamos com edição extra na parte da tarde. Resultado: no primeiro dia o Joaquim Dutra brigou com o Rubens Ávila. E nós continuamos.”
Na capa daquela edição de domingo, além da manchete de Purpur, com direito a foto do futuro reitor, havia informações sobre o jogo do Brasil com a Argentina, uma chamada para a entrevista do juiz da Vara de Menores, Francisco de Paula Xavier Neto, inaugurando uma sessão no jornal que se chamava Mesa Redonda.
E uma reportagem especial sobre o Cemitério Municipal, onde familiares enterravam seus entes queridos com dinheiro e jóias. E, para não variar, um longo artigo de dom Jaime na primeira coluna, com um título, que, pelas ironias da vida ou não, quem sabe uma fina ironia do bispo, associava a Igreja Católica à Folha do Norte: “A Igreja não morre”.
(Capítulo do livro “O Jornal do Bispo - A História da Folha do Norte do Paraná”, escrito por Antonio Roberto de Paula em 2001)
Otacílio Tatá Cabral de Souza chegou em Maringá há mais de 60 anos. Veio de Santos-SP, onde nasceu. Seu pai, Valter Cabral de Souza trabalhou nos anos 50 na Cafeeira Santa Luzia, do prefeito Américo Dias Ferraz. A família morava no Maringá Velho, numa casa atrás do Hotel Nossa Senhora de Fátima. Tatá veio com o terceiro ano do curso primário, o quarto ano foi no Curso Pernambucano de Ensino, na rua Aquidaban, hoje Ne
No final de 2008, o amigo Rogério Recco me convidou para que escrevêssemos um livro sobre este O Diário, jornal que comemorou 35 anos no dia 29 de junho de 2009. Após meses de pesquisas e entrevistas, o trabalho ficou pronto. Depois de folhearmos milhares de páginas, anotar, fotografar e conversar com muita gente, o livro foi publicado.
Ninguém sai incólume depois de mergulhar intensamente no passado, como
“Homenageou um santo e para não ficar muito carola tascou um nome pagão na sequência”
Nasci Antonio como poderia ser João ou Pedro. O parto aconteceu entre Santo Antonio e São João, entre fogos de artifício e bandeirinhas coloridas. Feliz de quem nasce em junho. Pega carona nas festas juninas e recebe benção tripla. A benção do triunvirato Antonio, João e Pedro.
Em 1945, Arlindo e Mário Pedralli compraram uma fazenda de 150 alqueires em Ourizona, depois de venderem uma propriedade de 20 alqueires na cidade paulista de Rancharia. A vinda dos irmãos com suas respectivas famílias a Maringá aconteceu dois anos depois. Em 1947 e 1948, os Pedralli se estabeleceram na cidade até que parte da mata da propriedade fosse derrubada e iniciado o plantio de café. Na fazenda batizada de S&
“Quilômetros de papel e rios de tinta imprimem o futebol ao longo dos anos, atravessando gerações. Na era digital, as Imagens avançam pelos céus, rompem todas as fronteiras. As vozes do amor ao futebol ecoam pelo grande campo que é o mundo. Agora, em algum lugar, alguém chuta uma bola. A paixão mais documentada da história não para. O jogo nunca termina.”
(Antonio Roberto de Paula)
Rua Pioneiro Domingos Salgueiro, 1415- sobreloja - Maringá - Paraná - Brasil
(44) 99156-1957